Foto: Fábio Alexandre |
Rossoni: ?Está difícil?. continua após a publicidade |
A agenda de depoimentos de atuais e ex-integrantes do governo convidados e convocados pela bancada de oposição indispôs o líder do bloco, Valdir Rossoni, com o presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM).
A suspensão do depoimento do ex-diretor jurídico da Sanepar Rogério Distefano, que estava marcada para ontem, e o adiamento para o segundo semestre dos esclarecimentos do secretário de Desenvolvimento Urbano, Luiz Forte Netto, foram a gota d?água para o líder da oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), que colocou em xeque a isenção de Justus na condução da presidência da Assembléia Legislativa. ?Tem que separar o presidente do líder do governo?, atacou.
O líder da oposição criticou as posições adotadas pelo presidente da Assembléia Legislativa. ?Está difícil para o líder da oposição aceitar os posicionamentos do presidente Nelson Justus. Ele é meu amigo. Estou falando do presidente porque acho que não tem como não se estabelecer um critério para esses convites e convocações?, disse.
Foto: João de Noronha |
Justus: ?Injusto?. |
Justus também marcou para hoje, 11, a participação do ex-presidente do Conselho de Administração da Copel e ex-procurador-geral do Estado Sérgio Botto de Lacerda. Como a ida de Botto de Lacerda à Assembléia coincidiu também com a participação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, na sessão plenária, o líder da oposição se irritou. Na semana passada, uma audiência pública da oposição pedindo ao governo do Estado a liberação de recursos para a Prefeitura de Curitiba também teve que dividir a atenção dos deputados com a audiência pública para a prestação de contas quadrimestral do governo do Estado. ?Está tendo muita coincidência. Quanto vem alguém que nós pedimos, sempre aparece uma outra coisa para ser feita ao mesmo tempo?, reclamou o líder do bloco de oposição. Rossoni disse que a oposição tem que aprender a lição e não mais aceitar acordos para transformar convocações em convites. ?Temos que aprender que não se trata de um desaforo convocar alguém. Convite sempre fica solto?, disse.
À espera
Rossoni disse que está aguardando há dois meses a ida de Distéfano e Botto de Lacerda à Casa para esclarecer denúncias da oposição sobre irregularidades no pagamento de aditivos contratuais com a empreiteira Pavibras. Ontem, o ex-diretor jurídico foi até a Assembléia Legislativa, mas não entrou em plenário. Segundo o presidente da Assembléia, Distefano pediu para falar somente após o depoimento de Botto de Lacerda. O argumento teria sido que o procurador era seu superior hierárquico na Sanepar e ele não poderia passar à frente de Botto de Lacerda.
Deputado se defende
O presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), disse que o líder da bancada de oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), está sendo injusto ao acusá-lo de favorecer o governo no exercício do cargo. ?Tenho procurado manter o equilíbrio e não vou me deixar levar pelo estresse de alguns deputados?, disse.
Justus afirmou que a amizade que mantém com o governador Roberto Requião (PMDB) não interfere nas suas posições em plenário. ?E nem por isso vou mudar minhas atitudes?, disse o presidente da Casa. Ele atribuiu as críticas de Rossoni a um momento de estresse. ?Ele está vivendo um momento estressante?, afirmou.
Sobre o comparecimento do ex-presidente do Conselho de Administração da Sanepar Sérgio Botto de Lacerda ter sido marcada no mesmo dia da visita do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, o presidente da Assembléia disse que não há nenhum prejuízo para os questionamentos da oposição. ?O ministro vai falar quinze minutos. Depois, o Rossoni pode questionar o Botto a tarde inteira?, reagiu.