Qualquer que seja o projeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depois de 2010, líderes da oposição acreditam que não irão se surpreender. Em entrevista ontem ao jornal espanhol El Pais, o presidente Lula disse que não pretende deixar a política mas evitou comentar o que fará em 2014, quando terminará o mandato de seu sucessor. ?Falta muito tempo?, disse Lula. ?Se estiver vivo em 2014 vou dar graças a Deus. O resto, vamos ver o que vai ocorrer.
Para o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), que coordenou a campanha do tucano Geraldo Alckmin à Presidência em 2006, ?é provável? que Lula tente voltar ao poder nas eleições presidenciais de 2014. Quanto à afirmação de que não vai deixar a política, ele entende que ?um líder político que tem responsabilidades nacionais não precisa ficar calado?.
Guerra e outro oposicionista, o senador José Agripino Maia (DEM-RN), ironizaram outro comentário de Lula ao jornal El País de que se sente ?muito tranqüilo? diante das suspeitas de corrupção que recaem sobre ex-integrantes de seu governo e ex-dirigentes do PT. ?Ele está tranqüilo porque, quando vê a acusação crescer, abandona o companheiro e faz de conta que nunca o conheceu?, diz o líder do DEM. ?Quando o prejuízo é grande, ele sai de perto?, reforça Sérgio Guerra.
O deputado petista Henrique Fontana (RS) disse que Lula, depois de deixar o governo, poderá exercer vários papéis. ?Ele gosta de política e pode servir como uma espécie de conselheiro, pode voltar a assumir a presidência do PT ou alguma função em um organismo internacional.?