Após a Polícia Federal deflagrar a segunda fase da Operação Greenfield nesta quarta-feira, 8, o líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), comparou o caso dos desvios em fundos de pensão à Lava Jato e afirmou que, em breve, as investigações também devem atingir a classe política.
Efraim foi presidente de uma CPI da Câmara concluída em 2016 que teve como objetivo investigar crimes que teriam sido praticados em quatro dos maiores fundos de pensão do País: Funcef, Petros, Previ e Postalis.
“A CPI demonstrou que havia realmente um movimento articulado para transformar os fundos em uma rede de corrupção, e que ela obedecia a um tripé que se aproximava muito ao modus operandi do ‘petrolão’: as indicações de cunho político; o tráfico de influência; e o desvio de finalidades para atender interesses políticos e partidários”, disse.
O deputado lembrou que, assim como a Greenfield, a Lava Jato começou investigando empresários e gestores, para somente depois das primeiras delações premiadas chegar aos políticos. “Já foi o núcleo empresarial, o núcleo de gestores, e o próximo passo (da Greenfield) é chegar ao núcleo político que passava por trás dessas articulações”, disse.
A CPI dos Fundos de Pensão pediu o indiciamento de 353 pessoas e apontou que os esquemas fraudulentos deram prejuízo de mais de R$ 3 bilhões aos quatro fundos das maiores entidades de previdência complementar do País. Um dos políticos citados no relatório final da comissão foi o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, apontado como integrante de um acerto de propina na Petros. O petista já foi condenado na Lava Jato.