Logo após a sabatina na Rede Mercosul, realizada na segunda (18), o candidato a governador do Paraná Ogier Buchi (PRP) concedeu uma entrevista exclusiva ao Paraná Online, na qual tratou de temas polêmicos, como finanças do Estado, desavenças políticas com outros candidatos e expôs algumas de suas propostas.
Buchi é conhecido por seus comentários ácidos em relação a políticos e afirma que é muito diferente estar do outro lado. “Num momento você é pedra, e em outro você vira vidraça. E quero dizer o seguinte: que saudade de ser pedra. A gente tem a personalidade que tem. Infeliz daquele que muda de personalidade, só porque está em uma situação diferente. Sou o que eu sou, sempre fui crítico e continuarei sendo crítico”.
O candidato nega ser “laranja” do candidato à reeleição Beto Richa. Para ele, essa taxação foi criada por interesses políticos. “Se você olhar aos meus 44 pontos de campanha, verá que têm elogios ao Beto Richa, mas também têm elogios ao Roberto Requião. As pessoas notam que eu sou muito crítico ao governo federal. As críticas que fiz são referentes à forma como o governo federal tratou o meu estado. Estas não são críticas políticas e sim de um cidadão. As pessoas que acham que eu sou linha auxiliar do atual governador devem assistir os programas de debate”.
O candidato do PRP afirma também que cortará gastos, mas sem mexer nos investimentos às cidades. “Eu não pretendo diminuir o investimento dos municípios, até porque este tipo de investimento vem de verbas contingenciadas. Então, não está ao alcance do governador dizer que não quer mais mandar dinheiro para uma cidade. Ele é constitucionalmente proibido de fazer isso. Eu não vou fazer isso. Eu vou economizar, por exemplo, viajando mais de carro, como faço sempre. Gastando menos dinheiro com helicóptero, pedindo menos carona no jato daquele rapaz dono de uma empresa de pneu, essas coisas que são importantes fazer”.
Em relação às cidades com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Buchi acredita que só poderá mudar esse quadro com educação e industrialização e cita como exemplo Doutor Ulysses, cidade perto da divisa com São Paulo e que apresenta o menor IDH do Estado.
“O IDH é preocupação constante nos governos. Já em 2002, havia um projeto da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do governo do Paraná para transformar a realidade dessas cidades em algo melhor. Eu só acredito em desenvolvimento com educação e industrialização. O que acho fundamental é levar algum tipo de capacidade industrial, não só para Doutor Ulysses, mas todos os municípios que são vizinhos a São Paulo, no Leste do Paraná”.