Virou caso de polícia. O assessor especial do governo do estado para Assuntos de Curitiba e coordenador da Frente Ampla pelos Avanços Sociais, Doático Santos (PMDB), teve de se explicar ontem à Polícia Federal por conta das acusações divulgadas em sites da internet, mesmo após proibição judicial, contra o desembargador Edgard Lippmann Júnior.
Doático foi intimado na manhã de ontem e prestou depoimento, ontem mesmo, por conta de reclamação do Ministério Público Federal por desobediência à decisão judicial, uma vez que o site assuntosdecuritiba.com manteve acusações contra Lippmann após liminar da 8ª Vara Cível de Curitiba proibindo tais divulgações. Lippmann é responsável pela primeira decisão (referendada pela 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região) que impede o governador Roberto Requião (PMDB) de usar a Rádio e Televisão Educativa para autopromoção e ataques a adversários e desafetos.
Após a liminar, a página da internet deixou de divulgar o ?dossiê? com as acusações, mas seguiu publicando textos ironizando a decisão e insinuando irregularidades cometidas pelo desembargador, o que, para o juiz José Roberto Pinto Júnior, configurou desobediência e resultou na elevação da multa diária de R$ 10 mil para R$ 25 mil e a extração de peças do processo para possível investigação por crime de desobediência.
Após depor à PF, Doático disse que não mudará sua postura de ?defender a liberdade de expressão do governador?. Doático disse que explicou à PF que os sites são de responsabilidade da Frente Ampla e que esta é composta por vários membros, que ele não responde juridicamente sozinho pelo movimento e classificou a intervenção policial como ?mais uma tentativa de intimidação por parte do Ministério Público?. O líder das investidas contra Lippmann disse que, apesar da investigação, continuará com as ações que anunciou na sexta-feira. ?Levaremos as denúncias adiante tal qual anunciamos?, garantiu.
Coincidência ou não, a página assuntosdecuritiba.com não estampava, ontem, nenhuma das ironias ou acusações contra Lippmann. O conteúdo era todo formado por matérias publicadas pelos jornais, sites e rádios do estado sobre o assunto. Desta forma, Doático não descumpriu a decisão judicial e pela primeira vezes nos últimos dias, não esteve sujeito à multa de R$ 25 mil. ?Os sites são dinâmicos, podem ser atualizados a qualquer momento com informações que forem de interesse?, disse Doático, insinuando que pode publicar novos ataques.