A oposição resolveu obstruir, mais uma vez, as votações na Câmara, o que pode criar dificuldades para o governo conseguir votar na tarde de hoje o projeto sobre a capitalização da Petrobras. Segundo o líder do DEM na Casa, deputado Paulo Bornhausen (SC), a decisão de retomar as votações dos projetos do pré-sal pela proposta de capitalização da estatal foi tomada pela liderança do governo sem consultar os partidos de oposição.

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Uma reunião para discutir a ordem de votação estava marcada para hoje de manhã, mas acabou sendo cancelada. “Fomos surpreendidos primeiro com a reunião cancelada e depois com a pauta predefinida sem nos ouvir”, reclamou o líder do DEM, ao chegar ao Congresso. “O Democratas entrou em obstrução, o PSDB e o PPS também, e nós estamos aguardando, por parte da liderança do governo e por parte do presidente da Casa, uma explicação sobre o que aconteceu.”

O líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), rebateu: “Esse é o terceiro acordo que eles não cumprem. Então, eu não vou mais perder meu tempo em relação ao pré-sal para discutir acordo, nós vamos votar”, disse o petista.

Vetos ao Orçamento

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A oposição questiona também a validade da sessão de ontem do Congresso, na qual foram apreciados os vetos presidenciais à lei orçamentária. Apesar da votação ter sido declarada concluída e a apuração dos votos estar ocorrendo, Bornhausen questiona a decisão. “Não houve quórum no Senado, portanto, a votação não pode ter terminado”, disse. Para o líder do DEM é preciso remarcar a sessão.

Nos vetos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve o repasse de recursos para quatro empreendimentos da Petrobras que foram incluídos na lista de obras com indícios de irregularidades apuradas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

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Vaccarezza, por sua vez, afirmou que a sessão foi aberta com o quórum exigido e que, por isso, não é preciso remarcar a votação. “Se eles tiverem questionamento a fazer, têm que fazer com a presidência do Congresso e não usar isso como desculpa para fazer uma oposição selvagem”, disse o líder do governo.