Mesmo depois de concluída, a polêmica obra do anexo de gabinetes da Assembleia Legislativa continua causando despesas. A Mesa Diretora da Casa autorizou pagamento de mais R$ 403 mil para a Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS), estatal contratada para gerenciar a construção, a título de reajuste contratual. Com isso, o custo do prédio finalizado em outubro após dois anos e meio de atraso sobe para R$ 29,2 milhões, 180% a mais que o previsto.
A decisão autorizando o pagamento foi editada pela Mesa Diretora em 23 de dezembro, antevéspera de Natal, mas só foi publicada no Diário Oficial do Legislativo na última semana. O reajuste foi solicitado pela Sistema Engenharia, construtora que assumiu a obra em 2007. Segundo as assessorias de imprensa da CPOS e do presidente da Casa, Barros Munhoz (PSDB), o pagamento “refere-se a um índice de reajuste previsto em contrato”.
O documento em questão, no valor de R$ 7,3 milhões, foi assinado com a CPOS em 2007 pelo ex-presidente da Casa e líder do governo, Vaz de Lima (PSDB), para concluir o anexo. A CPOS, por sua vez, subcontratou a Sistema e outra empresa por R$ 5,8 milhões. À época, o tucano declarou que já haviam sido gastos no edifício R$ 19,4 milhões.
Porém, a obra foi iniciada em fevereiro de 2006 pelo então presidente da Casa, Rodrigo Garcia (DEM), atual secretário de Gestão, Modernização e Desburocratização do prefeito Gilberto Kassab (DEM), e deveria ficar pronta em 300 dias ao custo de R$ 10,4 milhões.
Investigação
Desde 2007, os contratos e seus aditivos viraram alvo de investigação do Ministério Público Estadual. O órgão, contudo, ainda aguarda uma perícia na construção para prosseguir a apuração. Em agosto do ano passado, a Justiça chegou a ordenar a paralisação da obra, atendendo a uma ação popular. Em pouco dias a Assembleia reverteu a decisão. As informações são do Jornal da Tarde.