A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria da República identificaram depósitos no valor global de US$ 4,8 milhões da OAS African Investments Limited na conta bancária da offshore Santa Thereza Services Ltd na Suíça, controlada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, alvo maior da Operação Lava Jato.
Os depósitos – divididos em três créditos no valor de US$ 1,6 milhão cada – foram realizados nos dias 7 de maio, 11 de junho e 17 de julho de 2013 na conta da Santa Thereza. A OAS African Investments faz parte da gigante da construção OAS.
O Ministério Público Federal e a PF localizaram documentos sobre as transferências durante buscas no escritório e na residência do executivo João Procópio Junqueira de Almeida Prado, apontado como operador do doleiro Alberto Youssef – mentor do esquema de lavagem de dinheiro, segundo a PF.
Acordo
As buscas foram realizadas em julho, por ordem judicial. A Santa Thereza é uma das 11 offshores controladas por Costa, que fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. No acordo, o ex-diretor da Petrobras abriu mão de todos os ativos depositados em contas das offshores por ele administradas, inclusive a Santa Thereza Services Ltd. Costa já autorizou a repatriação de US$ 25,8 mi depositados na Suíça e em Cayman.
Com o executivo João Procópio Junqueira de Almeida Prado, a PF apreendeu extrato da conta da Santa Thereza no período de 8 de outubro de 2012 a 4 de março de 2013, com diversas operações em valores iguais de US$ 1 milhão cada.
Em 2011, segundo o MPF, a conta da Santa Thereza na Suíça recebeu “onze operações sequenciais” de créditos originadas da Sanko Sider. A conta da offshore recebeu 289,74 mil da Sanko Sider entre 24 de janeiro de 2013 e 7 de fevereiro de 2014.
“Esse valor é relacionado aos crimes de corrupção, peculato, contra o sistema financeiro e tributário”, afirma a Procuradoria da República.
A PF e o Ministério Público Federal apuraram que dentro da conta da offshore Santa Thereza há quatro subcontas denominadas Fianca, CC, Premier e Sanko “todas controladas pela organização criminosa de Youssef e utilizadas para práticas delitivas”, segundo o MPF.
Ainda de acordo com a Procuradoria, a OAS “está diretamente envolvida com os desvios de valores e crimes contra a administração”.
No acordo de delação, Costa reconheceu que todos os valores depositados em contas das offshores, inclusive da Santa Thereza, são “integralmente produto de atividade criminosa”. O ex-diretor se comprometeu a contribuir para a “repatriação desses valores em benefício do País”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.