O prefeito Beto Richa (PSDB) e o candidato do PCdoB Ricardo Gomyde foram os dois primeiros concorrentes à Prefeitura de Curitiba a participarem da audiência na promovida pelo movimento Voto Consciente, na sede da secciconal paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil.
Eles falaram, ontem, sobre suas propostas para uma gestão pública transparente e responderam a perguntas formuladas pelas organizações que compõem o movimento.
O atual prefeito usou grande parte de seu tempo para destacar as medidas que já tomou em seu mandato, como a realização de audiências públicas, as mais de seis mil ligações atendidas pela ouvidoria do município e a instalação de um grupo de estudos que resultou na redução da tarifa do transporte coletivo municipal.
Beto também aproveitou para responder algumas das questões levantadas por seus adversários nesta campanha. Ele falou sobre a venda da folha de pagamento dos servidores públicos federais para o banco Santander.
“Foram R$ 140 milhões, a maior receita ofertada por um banco a um município. Dinheiro que serviu para diversas obras na cidade, muitas delas que estavam programadas para serem feitas com os recursos do Fundo de Desenvolvimento Urbano, que o governo do Estado não repassou”, disse, informando, ainda, que o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB) já procurou a Prefeitura para tentar implantar o mesmo modelo no Congresso Nacional. Beto ainda assumiu o compromisso de, se reeleito, zerar o déficit de mais de nove mil vagas em creches.
Gomyde acabou reconhecendo alguns méritos da administração municipal. “Sou oposição. Junto comigo estão os belos, justos e perfeitos. Mas temos que admitir que Curitiba é diferenciada. Seus índices de educação e saúde são acima da média. O que temos que discutir é o futuro da cidade e alguns de seus problemas crônicos, como o transporte e a melhora no atendimento da saúde”, disse.
Questionado sobre a relação do administrador com empresários e lobistas, Gomyde criticou, desta vez, a legislação eleitoral. “Com o candidato tendo que passar o chapéu pelas empresas da iniciativa privada para financiar sua campanha, é natural que o empresário espere algum tipo de compensação se o candidato para quem doou for eleito”, criticou.
Gomyde ainda propôs renúncia fiscal do município em favor de empresas que abrirem novas vagas de empregos para jovens e prometeu investir 30% do orçamento municipal em educação.
No final do encontro, os dois assinaram termo comprometendo-se a, se eleito, disponibilizar todas as informações sobre a administração pública para a sociedade, divulgar nomes, cargos e salários dos funcionários públicos, instalar ouvidorias independentes com a participação da população, entre outros compromissos com a transparência e o combate à corrupção. Gleisi Hoffmann (PT), Bruno Meirinho (PSOL) e Maurício Furtado (PV) participam do encontro hoje, os demais candidatos vão amanhã à sede da OAB/PR.