O presidente da seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil, José Lucio Glomb, e o Partido Verde (PV) pediram, ontem, o afastamento dos deputados que compõem a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Paraná por conta das investigações de atos secretos e nomeações irregulares realizadas pela Casa, denunciados por série de reportagens promovidas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV.
Glomb defendeu o afastamento de todos os membros da Mesa já que muitos atos investigados são assinados por esses deputados. “Como muitos dos atos que são alvo da investigação seriam praticados pela Mesa, (o afastamento) seria razoável”, disse ao programa ParanaTV.
Já o PV, em nota, pede o afastamento do presidente da Casa, Nelson Justus (DEM) e do 1º Secretário, Alexandre Curi (PMDB). “A investigação dos atos em suspeição exige a máxima transparência, o que não pode ser garantida se os responsáveis administrativos pela gestão e pelos atos investigados integram a própria Mesa Diretora”, diz a nota.
O pedido, no entanto, não havia sido protocolado na Assembleia até o fim da tarde de ontem e a única deputada do partido, Rosane Ferreira, disse desconhecer o pedido.
Os pedidos de afastamento de Justus surgiram depois de reportagens que mostraram a contratação de parentes de seu chefe de gabinete, Sérgio Monteiro, pela Casa e da sociedade de Justus com a filha do diretor-geral afastado da Assembleia, Abib Miguel, o Bibinho.
Ontem, a RPCTV mostrou o caso do marido da vice-prefeita de Almirante Tamandaré (Beth Pavoni), Dirceu Pavoni. Ex-funcionário da Assembleia, falecido em 13 de junho de 2003, Dirceu Pavoni só foi exonerado em 1º de outubro de 2006, mais de três anos após sua morte. Dirceu era funcionário do gabinete do deputado Neivo Beraldin (PDT).
O deputado declarou que exonerou Dirceu Pavoni antes de sua morte e que não sabe porque ele continuou vinculado à Assembleia e para onde foram seus salários no período posterior.
