Após participar de almoço com o presidente Michel Temer nesta sexta-feira, 25, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que o País tem de chegar até 2018 ao se referir ao atual contexto de crise gerado pela demissão do sexto ministro do atual governo. “Temos de chegar até uma eleição em 2018 e temos de nos unir pelo Brasil”, disse. Segundo ele, a demissão do ex-ministro Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo foi um dos assuntos tratados, mas a conversa teria sido “mais geral”.
FHC fez comentários sobre a possibilidade de a conversa entre Temer e o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero ter sido gravada – segundo o ex-ministro, o presidente o pressionou para liberar empreendimento embargado na Bahia nesse encontro. “Uma pessoa gravar uma conversa com outro me parece uma coisa que não é certa. Tem que ter a boa-fé, imaginar que você está conversando com interlocutor. Eu não acho isso correto, ainda mais quando se trata de um presidente da República ou um ministro”, afirmou.
O senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, que estava no carro com FHC falou rapidamente com os jornalistas e disse que durante o almoço defendeu que o presidente Temer envie para o Congresso o texto da Reforma da Previdência logo após o primeiro turno de votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto dos gastos, marcado para o próximo dia 29. “É ideia dele e nós estimulamos que seja após o primeiro turno. E antes do segundo turno, não há necessidade de esperar essa votação”, afirmou.
Nota
Calero divulgou uma nota no Facebook nesta sexta-feira, negando que tenha solicitado audiência com Temer com a intenção de gravar uma conversa no gabinete presidencial. O ex-ministro falou que durante sua trajetória, nunca agiu “de má fé ou de maneira ardilosa”. Na mensagem, não deixa claro se a conversa foi gravada ou não.