“Foi uma disputa de David contra Golias”, compara Mecias de Jesus (PRB), de 56 anos, senador eleito por Roraima que, por 426 votos, deixou Romero Jucá, presidente do MDB, fora da Casa que ocupava desde 1995. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, ele disse que quer mudar a lei de imigração, defendeu a redução da maioridade penal e a flexibilização da posse de arma.

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Maranhense, Jesus foi deputado estadual por Roraima por cinco mandatos e presidente da Assembleia Legislativa do Estado por oito anos. É pai do deputado federal Jhonatan de Jesus (PRB-RR). Ele disse que não quer ser conhecido como o homem que derrotou Jucá, mas não perde a chance de atacá-lo.

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Jesus chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto no Estado, mas a divulgação de um vídeo de campanha em que o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) pedia votos para o candidato Chico Rodrigues (DEM) acabou alavancando sua candidatura. Rodrigues, que era da mesma chapa de Jucá, terminou em primeiro na disputa, com 22,7% dos votos válidos. Jesus obteve 17,4%.

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Ajuda. Durante a campanha, Jesus teve a ajuda do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, também filiado ao PRB, que passou duas semanas em campanha para seu correligionário.

A participação do ministro irritou Jucá. Na campanha, o emedebista repetia que “Roraima tem um ministro” e cobrava a instalação de indústrias no Estado. Jorge rebatia, dizendo que a insegurança no suprimento de energia elétrica afastava os investimentos da região.

Único Estado fora do sistema integrado de energia elétrica, Roraima depende da hidrelétrica de Guri, na Venezuela, e da geração térmica. Todos os dias ocorrem apagões no Estado.

Para entrar na rede, o Estado depende da construção de uma linha de transmissão entre Manaus e Boa Vista, que não saiu do papel porque o licenciamento ambiental não foi dado, pelo fato de um trecho de cerca de 100 quilômetros dela passar sobre terras de indígenas waimiri-atroari. O questionamento foi levantado pelo Ministério Público. Poderoso e próximo da cúpula do poder federal, Jucá foi apontado nas campanhas como o responsável pela falta da obra. Ele próprio atribuiu sua derrota, em parte, à ação do MP.

O novo senador é réu em pelo menos três ações resultantes da Operação Gafanhoto, que investigou mais de 40 pessoas suspeitas de incluir funcionários fantasmas na folha do Estado. Jesus disse que o caso foi armado por seus adversários políticos e que não há nenhum depoimento contra ele nos autos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.