Acuado pela divulgação em série de diálogos que lhe são atribuídos e pela ameaça de perder o posto de comandante da força-tarefa da Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol, disse, em postagem no Twitter neste sábado, 10, que se sente frustrado com as reações à força-tarefa, mas tem esperança de que a sociedade brasileira evite retrocessos. O procurador indicou que o sistema de corrupção no país foi dobrado, mas não quebrado, e afirmou: “Nunca ninguém disse que seria fácil enfrentar poderosos”.
Nesta terça, 13, o Conselho Nacional do Ministério Público pode discutir eventual afastamento de Deltan. O procurador tem sido alvo frequente de reclamações perante o colegiado.
“Existe um oportunismo de buscar identificar qualquer brecha para atacar a operação, distorcer fatos e atacar os personagens que acabaram tendo protagonismo na Lava Jato”, apontou o procurador em postagem no Twitter.
Na sexta, 9, Deltan comparou a reação à Lava Jato ao movimento que colocou em xeque a Mãos Limpas – missão similar que a Itália viveu nos anos 1990 e acabou esvaziada por forças políticas.
Deltan ‘esquerdista’
Em meio às reações contra a Lava Jato, o nome do procurador foi citado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no Facebook. Neste domingo, 11, o perfil oficial de Bolsonaro respondeu a comentários que solicitavam a indicação do chefe da força-tarefa da Lava Jato ao cargo de Procurador Geral da República compartilhando um post da página “Bolsonaro Opressor 2.0” que chamava Deltan Dallagnol de “esquerdista estilo PSOL”.