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Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil

O empresário Darci José Vedoin, sócio da empresa (Planan), na saída da Superintendência da Polícia Federal.

A Corregedoria da Câmara e o Supremo Tribunal Federal têm uma lista com o nome de 283 parlamentares que tiveram algum relacionamento com a Planan, a empresa apontada como responsável pela fraude na compra de ambulâncias por meio de emendas ao orçamento.

A informação foi dada ontem pelo advogado Eduardo Mahon, que defende a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino. Segundo Mahon, o material estaria no back-up do computador da ex-assessora. Ele explicou que há uma tabela completa que aponta o número da emenda, o processo correspondente, o valor empenhado, o parlamentar responsável, o município, a organização para a qual foi destinado o material de saúde e a pessoa que acompanhou o processo.

Penha Lino prestou depoimento ontem durante 1h30 à Corregedoria da Câmara, na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. "Ela diz que a liberação de uma emenda pressupõe o contato com a empresa [Planan]. Se esses 283 nomes que estão lá tiveram um relacionamento espúrio com a empresa, o Ministério Público vai apurar", disse Mahon. Ele afirmou ter sugerido ao MP e à corregedoria que cruzassem as informações das emendas liberadas com as licitações feitas. "Se esse cruzamento resultar em 80% ou 90% de licitações feitas pela empresa [Planan], significa que essa lista bate", explicou.

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O advogado disse que Maria da Penha Lino nunca viu, entregou ou repassou dinheiro. "Mas ela tem conhecimento de que todos os deputados que estão na relação da empresa devem ter tido algum contato com a empresa, que ela não pode dizer qual foi. São indícios extremamente fortes." Mahon afirmou que "ela acha que o parlamentar contatado pela empresa só liberava emenda mediante negociação. Agora, há uma grande diferença entre afirmar quanto era, como era e se há uma efetividade [de crime]".

A conclusão do deputado Ciro Nogueira, corregedor da Câmara, depois de escutar oito depoimentos ontem, desde às 9 horas da manhã, é que "existe uma decisão de não ajudar a comissão". "Não houve uma conclusão como esperávamos. Eles não quiseram colaborar", disse. Segundo ele, parlamentares devem começar a ser ouvidos na próxima quarta-feira, dia 24. Foram requisitadas informações à Polícia Federal e ao Ministério da Saúde, para que sejam feitos cruzamentos de dados.

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Nogueira descartou acareações, dizendo que as investigações serão suficientes. O deputado disse também que a lista com o nome de 16 parlamentares em poder da corregedoria ainda não é conclusiva. A Corregedoria da Câmara dos Deputados ouviu ontem oito pessoas envolvidas com a Planan, a empresa apontada como responsável pela fraude na compra de ambulâncias por meio de emendas ao orçamento. Foram ouvidos Darcy José Vedoin, sócio da empresa, os filhos do proprietário da Planan, Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Alessandra Vedoin, a esposa do empresário, Cleia Trevisan, o sobrinho dela, Gustavo Trevisan Gomes, o empresário Ronildo Pereira Medeiros e o representante comercial da Planan, Alessandro Silva de Assis, além da ex-secretária do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino. O motorista ligado à empresa, Felipe Fernandez Freitas, identificado como a pessoa que levava os empresários ao Congresso, não foi ouvido ontem.

O deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL), integrante da comissão, disse que Luiz Antônio Vedoin, filho de Darci Vedoin, confirmou em depoimento que era o responsável pela Planan. Fazer os contatos com os deputados em Brasília caberia a Darci. Carimbão afirmou que a comissão de sindicância já recebeu da Polícia Federal todas as fichas dos depoimentos prestados em Cuiabá.

"Vamos pedir a quebra de sigilo da Planan para ver se realmente o que está escrito no papel se confirma na prática, nos depósitos e nos cheques sacados", disse o deputado. De acordo com ele, a lista de 16 parlamentares que serão investigados por envolvimento com o esquema pode aumentar. "Me parece que está caminhando para poderem ser consolidados os números iniciais de 16 ou mais alguma coisa."