Novo ministro diz que não precisará substituir Alckmin

O novo chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, Guilherme Afif Domingos, disse nesta quarta-feira que, como vice-governador de São Paulo, cargo que acumulou com a indicação da presidente Dilma Rousseff, “fica à espera” e, como o governador Geraldo Alckmin (PSDB) “nunca viaja”, ele não precisará se licenciar da função na Esplanada dos Ministérios para substituí-lo. Parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) divulgado nesta terça-feira, 21, sustenta não haver conflito de interesse ou impedimento para que Afif acumule os cargos.

Na segunda-feira, 20, a Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu que pediria explicações a ele sobre o acúmulo de cargos. Como até esta quarta não foi notificado da necessidade de se explicar, Afif decidiu ir por conta própria ao Palácio do Planalto nesta tarde com o parecer da AGU que lhe permite a permanência no governo de São Paulo. “Eu posso ser vice e ponto”, reafirmou no Senado, após uma reunião com o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

O novo chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República e vice-governador de São Paulo havia pedido à AGU que estudasse o caso. “Do ponto de vista federativo, a presença do vice-governador de São Paulo no governo federal é circunstância alvissareira de uma convergência necessária e exigida como condição para o progresso do País”, disse a AGU, no parecer.

Apesar disso, de acordo com a resolução número 8 da comissão, há conflito de interesses no exercício de atividade que “viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante de cargo em comissão ou função de confiança, que exige a precedência das atribuições do cargo ou função pública sobre quaisquer outras atividades”.

A AGU, entretanto, argumenta não haver legislação que impeça o vice-governador de assumir outros cargos e lembra que Afif foi secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo no começo do governo Alckmin, sem que houvesse questionamento sobre eventual conflito de competência. O documento da AGU prevê casos em que o Afif teria de se afastar do ministério: para assumir o governo estadual se Alckmin se ausentasse do País, ou em definitivo, caso este renunciasse ao mandato de governador.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna