O Distrito Federal tem 1.766.116 milhão de eleitores, mas o próximo governador da capital poderá ser eleito com apenas sete votos. Este cenário seria possível se, no dia do pleito, apenas 13 dos 24 deputados comparecerem – número mínimo exigido pelas regras da eleição. Se houver apenas duas chapas concorrendo, o voto da maioria – sete deputados – elege o governador.

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Se três ou mais chapas se inscreverem para o pleito, a regra muda: será eleito o candidato que receber, no mínimo, o voto da maioria dos deputados (13 de 24 parlamentares). Se ninguém alcançar este placar, os dois mais votados disputam em segundo turno.

O deputado Chico Leite, do PT, avalia que sete votos seriam, de fato, muito pouco para eleger um governador, mas o petista ressalva que as regras são previstas pela Constituição, e não poderiam ser alteradas a tempo da eleição no DF. “É péssima a eleição indireta em si. Toda eleição indireta deixa uma sensação de falta de representatividade democrática. O debate deveria entrar na pauta nacional, e as eleições indiretas, varridas do mapa constitucional”.

A eleição será no dia 17 de abril e o prazo de registro terminou às 18h.

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Desistência

O DEM desistiu de apresentar candidatura na eleição indireta. Na terça-feira pela manhã, o diretório local do partido havia escolhido o suplente de deputado Osório Adriano para disputar a sucessão de José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). Mas, ao saber da notícia, a cúpula nacional entrou em campo para dissuadir o presidente regional da legenda, senador Adelmir Santana, de entrar na eleição.

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Na tarde de hoje, representantes do DEM Nacional e local se reuniram e Osório Adriano concordou em não registrar sua candidatura para a eleição indireta. “O partido, junto com ele (Osório Adriano), chegou a um entendimento de que a crise de Brasília não acabou. E o mandato tampão, quem vier a cumpri-lo, vai cumprir o resto do mandato do Arruda. Se for alguém do DEM, vai arrastar o partido para cumprir mais oito meses de crise”, explicou o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN).

José Roberto Arruda foi o único governador eleito pelo DEM em 2006. Ele é acusado, em inquérito da Operação Caixa de Pandora, de comandar um esquema de corrupção no governo da capital. Forçado a abandonar a legenda em dezembro de 2009, Arruda teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral, no mês passado, por infidelidade partidária. Ele está preso há cerca de 50 dias por tentativa de suborno a uma testemunha.