No seu primeiro compromisso público como governador de Pernambuco, o governador João Lyra (PSB) substituiu os constantes ataques ao governo da presidente Dilma Rousseff, que vinham sendo feitos pelo ex-governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB), por um tom mais ameno. Ele busca um relacionamento administrativo sem tensões.
No discurso de posse do secretariado, na manhã desta segunda-feira, Lyra reconheceu a participação do governo federal no crescimento econômico de Pernambuco e, em entrevista, afirmou que irá pedir uma audiência com a presidente Dilma. “Os interesses do povo não podem ser prejudicados pela tensão, por mais forte que seja uma campanha eleitoral”, afirmou.
Indagado se houve uma mudança de postura do governo estadual em relação ao federal, ele negou. “Está mudando o governador”, observou. “Cada governador tem seu estilo”. Lyra disse que Campos também defendia um diálogo permanente com o governo federal. “Com o lançamento de sua pré-candidatura, é natural que as relações sejam tensionadas entre os partidos e entre as lideranças”.
Vice de Campos, Lyra queria ser o candidato à sua sucessão, mas foi preterido pelo presidenciável, que escolheu um técnico, seu ex-secretário da Fazenda, Paulo Câmara. Lyra adiantou que vai participar “na medida do possível” das campanhas eleitorais, buscando não contaminar a gestão com o clima de eleição. “A minha prioridade e a do meu governo é exatamente a área administrativa; vamos cuidar dos serviços do Estado, das obras que estão sendo construídas, das inaugurações e do aperfeiçoamento daquilo que está funcionando”.
No discurso, ele comentou a alta em mais de 100% do PIB pernambucano nos últimos dez anos. “Isso mostra claramente o desenvolvimento econômico que vivenciamos a partir de 2007, com Eduardo Campos e com a participação do governo federal em obras estruturadoras através do presidente Lula e da presidente Dilma”.
Depois de passar o cargo a Lyra, na sexta-feira (4), Eduardo Campos goza uma semana de férias, ao lado da família. No dia 13 viaja para Brasília, onde no dia seguinte a ex-ministra Marina Silva será anunciada como candidata a vice na chapa presidencial do PSB-Rede. Em seguida, Campos se muda para São Paulo, onde funcionará seu escritório de campanha.