A chamada onda laranja não teve o tamanho esperado pelos simpatizantes do partido Novo, mas foi suficientemente grande para fazer com que o presidenciável João Amoêdo chegasse à quinta colocação na corrida presidencial, com 2,5% dos votos válidos – e na frente de nomes como Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede) e Alvaro Dias (Podemos). O resultado, além de transformar o partido em uma peça importante nesse segundo turno, impulsionou a eleição de oito deputados federais.
Entre os eleitos, três foram candidatos por São Paulo; dois por Minas Gerais; e os demais são do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O gaúcho Marcel van Hattem foi o parlamentar mais votado em seu Estado – 348.855 votos. O político de 32 anos chegou ao Novo em este ano, depois de deixar o PP, partido pelo qual exerceu seu primeiro mandato.
O Novo irá levar para Brasília deputados com um perfil bastante definido: empreendedores cuja a bandeira principal é a desburocratização do Estado e a melhoria do ambiente de negócios. O tema da corrupção também aparece na maioria das manifestações dos eleitos – além de uma tendência em apoiar Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno e, inclusive, durante um eventual governo do capitão reformado.
Em São Paulo, Vinicius Poit, de 32 anos, teve 203.752 votos (foi o 12.º mais votado no Estado). Poit é filho do empresário e secretário de Desestatização da cidade de São Paulo, Wilson Poit. Formado em administração de empresas pela FGV, Vinicius é cofundador do Recruta Simples, plataforma online de recrutamento rápido. Entre suas principais bandeiras estão a desburocratização, a redução da carga tributária, a modernização das relações de trabalho e as privatizações. Em seu primeiro dia como deputado eleito, Poit já propôs um abaixo-assinado contra reajuste dos parlamentares em seu Facebook. “Como deputado recém-eleito, chegaram ao meu conhecimento articulações pra reajustar em 16% o salário dos parlamentares. Proponho este abaixo-assinado e convoco os brasileiros indignados como eu a assinarem o documento contra o aumento de salário para políticos.”
O empresário Alexis Joseph Steverlynck Fonteyne, de 51 anos, foi outro eleito por São Paulo. Com 45.298 votos, ele pretende criar “um ambiente de negócio que ensine o trabalhador a pescar”. “O nosso governo é nocivo para o empreendedorismo.” Ele diz querer simplificar e diminuir a carga tributária para os empreendedores. “É isso que vai gerar empregos”, afirma. Para o segundo turno, Alexis já declarou apoio a Bolsonaro.
O advogado Gilson Marques, de 37 anos, foi eleito por Santa Catariana. A principal proposta dele é “eliminar leis inúteis” e trabalhar para que os “Estados fiquem com a maior parte do dinheiro arrecadado por eles”. Marques também promete brigar pelo “fim dos cargos de confiança” e implementação dos “cargos de competência”. O deputado eleito afirmou que boa parte do que acredita está de acordo com a visão do mundo de Bolsonaro – e que pode apoiá-lo em vários pontos de um eventual governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.