Novo diretor dos Correios teve gestão condenada

Novo diretor nacional dos Correios, Larry Manoel Medeiros de Almeida foi investigado e condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por irregularidades em licitações e outras despesas na direção regional da estatal no Rio Grande do Sul. Indicado pelo PT gaúcho, Almeida deixou o comando estadual dos Correios para assumir ontem o cargo no primeiro escalão federal.

Ligado à ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) e ao ex-governador Olívio Dutra (PT), Larry ficou mais de sete anos no cargo no Sul e, após a nomeação publicada ontem no Diário Oficial da União, deve assumir a área de Tecnologia ou de Recursos Humanos.

Os ministros do TCU aprovaram, em setembro de 2010, um acórdão em que apontam uma série de irregularidades em sua gestão nos Correios do Rio Grande do Sul e determinam medidas a serem tomadas pela estatal em relação, principalmente, a processos de licitação. A decisão baseia-se em auditoria de técnicos no tribunal durante o ano de 2007.

“As irregularidades atribuídas ao diretor regional da ECT no Rio Grande do Sul, Larry Manoel Medeiros e Almeida, após analisadas suas alegações de defesa, foram confirmadas em sua integralidade”, diz relatório de auditoria. Relator do caso, o ministro Raimundo Carreiro também não acatou as justificativas do diretor, a quem chega a responsabilizar por “omissão”.

O documento de auditoria tem 37 páginas e aponta “graves” infrações legais, como dispensas irregulares de licitação, incluindo contratos de R$ 2 milhões anuais para telefonia, contratação emergencial “fabricada”, contratação “ilícita” (segundo palavras dos auditores) de mão de obra para execução das atividades de carteiro, e, ainda, suspeita de notas superfaturadas para lanches e refeições em eventos para funcionários da estatal.

Além das irregularidades identificadas e das mudanças determinadas, os ministros do TCU aplicaram uma multa de R$ 2 mil a Larry de Almeida. O mesmo valor foi estipulado a outros três diretores dos Correios. Larry de Almeida assumiu ontem juntamente com outros diretores, em meio à promessa do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, de moralizar a estatal, personagem de escândalos de corrupção durante o governo Lula. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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