Novas suspeitas rondam TVs laranjas

O líder da bancada de oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), levantou ontem uma nova suspeita de excesso de gastos no programa de distribuição de aparelhos de televisão para as escolas públicas estaduais. Rossoni disse que, além dos R$ 18,9 milhões já gastos na compra dos 22 mil aparelhos, a Secretaria poderá gastar mais para o desenvolvimento de um software (programa) para leitura dos vídeos nas televisões, que estão sendo distribuídas para os estabelecimentos de ensino para uso como material de apoio em sala de aula.

O líder da oposição afirmou que a conta das televisões já alcançou R$ 25 milhões. De acordo com o deputado de oposição, a Secretaria já gastou até agora R$ 146,9 mil com transporte dos equipamentos para as escolas, mais R$ 7,6 mil com a locação de ilhas de edição usadas na produção de conteúdo pedagógico e ainda R$ 1,5 milhão no aluguel de um galpão da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário (Codapar), onde ficaram armazenadas antes de serem enviadas às escolas.

O deputado também contabilizou despesas com a compra dos pen-drives, que teriam sido comprados por R$ 2,6 milhões, e mais os ?racks?, os móveis para a colocação do equipamento em sala de aula, no valor de R$ 2,3 milhões. Os aparelhos foram comprados por R$ 860 a unidade, no valor total de R$ 18,9 milhões.

O deputado Cleiton Kielse (PMDB) rebateu o líder da oposição. Em plenário, Kielse respondeu que existia apenas um pedido de desenvolvimento de um software feito por um setor interno da Secretaria, que já foi indeferido. Ainda de acordo com as explicações da secretaria, não há nenhum processo em andamento de aquisição ou de mudança do software de gerenciamento das televisões, que já foram entregues às escolas.

Kielse também contestou as despesas adicionais mencionadas por Rossoni. Ele disse que não houve custos para guardar os aparelhos enquanto não eram distribuídos. ?Até ser completada a entrega de todos os lotes, as TVs ficaram armazenadas temporariamente em depósito próprio da Secretaria?, disse o deputado. Ele informou que um dos locais fica no Parque Newton Freire Maia e pertence à Secretaria. Outros lotes permaneceram gratuitamente no depósito da Codapar, disse.

Os questionamentos da oposição sobre as televisões começaram no ano passado a partir de denúncias de superfaturamento nos valores pagos à empresa Cequipel, que venceu o pregão eletrônico para o fornecimento dos aparelhos. As televisões, de 29 polegadas, foram fabricadas pela CCE. Mas a Cequipel fez a adaptação dos aparelhos que têm entrada USB, para pen-drive e leitor de cartões. Os deputados questionaram o fato de a empresa ser uma das financiadoras de campanha do governador Roberto Requião em 2006.

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