A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira, 30, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que alivia o caixa de Estados e municípios. A nova PEC dos Precatórios, que já passou pela Câmara em dezembro e só precisa ser votada pelo plenário do Senado, estabelece um regime especial para Estados, municípios e o Distrito Federal pagarem seus precatórios (dívidas com o contribuinte), utilizando depósitos judiciais e administrativos.

continua após a publicidade

A PEC autoriza o uso de até 75% de depósitos judiciais e administrativos tributários e 40% dos depósitos judiciais privados para quitarem os precatórios. Para isso, devem instituir um fundo garantidor composto pela parcela restante dos depósitos judiciais. De acordo com o texto aprovado, os precatórios inscritos até 25 de março de 2015 deverão ser pagos até 31 de dezembro de 2020.

O texto da PEC foi apresentado em meados do ano passado pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e pelo governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado, em março, que os entes regionais quitassem até o fim de 2020 seus débitos com precatórios. No primeiro dia da volta do recesso parlamentar, em fevereiro, governadores de 20 unidades da federação e outros cinco vice-governadores de Estados cobraram do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a rápida votação da proposta.

Em seu parecer, o senador e ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (PSDB) disse que, se for estruturado um modelo desconectado da realidade, novamente todos os envolvidos na questão dos precatórios estarão condenados à frustração.

continua após a publicidade

“Cremos que a Proposta de Emenda à Constituição sobre a qual ora nos debruçamos satisfaz, dentro dos critérios das possibilidades constitucionais, econômicas, fiscais, federativas e fáticas, as exigências e demandas por uma resposta efetiva às inúmeras questões levantadas pelo sistema de precatórios”, afirmou o tucano no texto.

Durante a discussão na CCJ do Senado, seis senadores manifestaram preocupação com o eventual uso, em caso de aprovação da PEC, de 40% de depósitos judiciais envolvendo particulares. Tal utilização, entretanto, só ocorrerá após a constituição de um fundo garantidor composto pela parcela restante dos depósitos judiciais.

continua após a publicidade

Diante dos questionamentos, integrantes da comissão já adiantaram que vão apresentar emendas em plenário para alterar pontos da PEC.