Na nova denúncia apresentada nesta terça-feira, 14, contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) – acusado de 184 crimes de lavagem de dinheiro -, a Procuradoria da República no Rio imputa ao peemedebista e à organização criminosa que ele teria liderado ocultação de R$ 317,8 milhões no exterior. Para os investigadores, a quantia ‘representa apenas parte do que (Cabral e seu grupo) amealharam dos cofres públicos, por meio de um engenhoso processo de envio de recursos oriundos de propina para o exterior’.
A acusação desta terça é mais um desdobramento da Operação Eficiência, deflagrada em 26 de janeiro e que levou à prisão o ex-bilionário Eike Batista além de operadores de Cabral. Com base nas delações dos irmãos Renato e Marcelo Chebar, além dos resultados das buscas e apreensões na Eficiência, o MPF destrinchou como o “oceano” de patrimônios ilegais do ex-governador e seus comparsas foi lavado no Brasil e no exterior. A lista inclui até joias e barras de ouro que foram identificadas pelos investigadores.
Na denúncia desta terça, 14, a Procuradoria acusa o peemedebista e seus aliados pelos crimes de lavagem no Brasil, por meio de entregas de dinheiro em espécie e até compras de joias e outros artigos de luxo do grupo criminoso. Ainda devem ser apresentadas novas denúncias sobre os crimes de lavagem no exterior e evasão de divisas cometido pelo grupo criminoso, segundo o MPF.
Até o momento, já foram identificados, segundo os procuradores da força-tarefa da Operação Eficiência:
1) R$ 39.757.947,69 movimentados e guardados com os irmãos Chebar no Brasil;
2) U$ 100.160.304,90, depositados em dinheiro em contas em nome dos irmãos Chebar e outros operadores, no exterior;
3) 1.008.708,00 ocultados sob a forma de diamantes, guardados em cofre no exterior;
4) U$ 1.054.989,90, ocultados sob a forma de diamantes, guardados em cofre no exterior;
5) U$ 247.950,00, ocultados sob a forma de quatro quilos e meio de ouro, guardados em cofre no exterior.
Com esta nova acusação, já é a quarta denúncia contra o ex-governador, preso desde novembro do ano passado em Bangu 8 e réu da Lava Jato em uma ação penal em Curitiba e em duas ações penais no Rio. A força-tarefa da Lava Jato no Rio, responsável pelo desdobramento das investigações que levaram à prisão de Cabral e seu grupo, ainda deve apresentar novas denúncias e identificar novos envolvidos no esquema.