O ex-ministro e pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, fez uma defesa enfática das Forças Armadas, ao avaliar o comportamento da corporação diante da crise nos combustíveis. Ciro disse que as Forças Armadas têm demonstrado um comportamento exemplar, com um “profissionalismo muito respeitável”.

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“Nós brasileiros temos que ter orgulho do comportamento das Forças Armadas neste momento. Embora tenham sido vulgarmente chamadas para enfrentar de forma marquetológica, sem planejamento, sem orçamento, o drama da segurança pública no Rio de Janeiro, e sido chamadas agora para reprimir os trabalhadores e caminhoneiros do Brasil, têm conseguido, apesar de toda essa manipulação, se preservar.”

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Ciro disse não ver risco de um levante militar, mas ponderou que o Brasil vive neste momento uma espécie de golpe de Estado, que se dá pela via de um “soft golpe”. “É um golpe ao século 21. Não é mais aquela sargentada como foi muitas vezes no passado do Brasil e do mundo”, emendou.

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O pedetista, entretanto, fez um paralelo entre os desafios vividos hoje no País ao período em que se configurou o golpe de 1964. O ex-ministro, inclusive, comparou políticos da atualidade a nomes que protagonizaram o golpe na época, citando nominalmente parlamentares como Renan Calheiros (MDB-AL), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ).

“É bom lembrar que em 1964 também aconteceu coisa parecida. 64 stricto sensu, as pessoas não sabem, mas o Auro de Moura Andrade, que era o Renan Calheiros da época, o Eunício Oliveira da época, declarou vaga a Presidência, dizendo que o presidente havia ido embora do Brasil quando o presidente estava no Rio Grande do Sul. E, ao declarar vaga a Presidência, empossou o Ranieri Mazzilli, que era o Maia da época, presidente da Câmara”, disse Ciro. “Foi uma noite que durou 21 anos.”

Aliança

Ciro também reservou elogios ao PSB, com o qual vem tentando negociar uma aliança para a corrida presidencial deste ano. “A aliança que peço a Deus que me ajude a construir é com o PSB”, disse o pedetista.

Questionado sobre se o protagonismo obtido pelo governador paulista Márcio França na crise dos combustíveis aumenta o passe do PSB nas negociações, Ciro engatou: “Estou vibrando com isso. Eu acabo de elogiá-lo duas vezes, porque ele está fazendo um belíssimo papel”.