Desde a apresentação da denúncia de irregularidade na contratação da empreiteira J. Malucelli para a construção da Usina de Mauá, há uma rede de intrigas nos bastidores da Copel para derrubar o atual presidente da empresa, Rubens Ghilardi. A briga pelo poder na maior empresa do Estado foi revelada na coluna da jornalista Ruth Bolognese, publicada ontem no jornal Folha de Londrina.
Segundo a jornalista, juntos, na briga pelo poder, estão o deputado eleito Luiz Claudio Romanelli (PMDB), o diretor da Copel Participações, Gilberto Griebler, e o ex-diretor da Escoeletric, Luiz Geraldo Tourinho da Costa. Ainda conforme a coluna de Bolognese, a primeira meta do deputado, do diretor e do funcionário seria realizar uma licitação para transferir a obra da Usina de Mauá da J. Malucelli para a empreiteira mineira Andrade Gutierrez.
A coluna de Bolognese informa ainda que Griebler almeja alcançar a presidência da empresa, no lugar de Ghilardi. Tourinho, segundo a colunista Ruth Bolognese, foi sócio de Griebler e do ex-funcionário da Copel Wanderley van der Graaf na empresa ES (Empresa de Serviços de Engenharia Ltda.) Ainda conforme a jornalista, esta empresa estava interessada em prestar consultorias para a Copel no projeto da Usina de Mauá.
Além de questionar a assinatura do pré-contrato da obra, Romanelli, Griebler e Tourinho também estariam na origem das denúncias de nepotismo contra Ghilardi, apontou a colunista da Folha de Londrina. Em dossiês distribuídos em vários órgãos, Ghilardi é acusado de autorizar aumentos salariais e promoções para familiares que trabalham na empresa.
Em observação
Ainda conforme a coluna, o governador Roberto Requião (PMDB) está acompanhando de longe os movimentos do grupo. A colunista lembra que tanto Romanelli, como Griebler e Tourinho já têm alguns problemas na administração pública. O deputado peemedebista é acusado de improbidade administrativa em denúncia do Ministério Público Federal quando exercia seu primeiro mandato na Assembléia Legislativa. Bolognese citou que Tourinho foi preso pela Polícia Federal na ?Operação Castores? com um ex-sócio, Laércio Pedroso, acusado de estelionato. E Griebler, segundo a jornalista, está relegado a um segundo plano na direção da empresa.
Mauá
A denúncia envolvendo a Mauá começou com um ofício enviado por Romanelli a Ghilardi, pedindo a nulidade dos pré-contratos assinados com a J. Malucelli para a realização das obras civis da usina. O argumento foi que a Copel e a Eletrosul, que se associaram e venceram o leilão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para a construção de Mauá, não fizeram licitação para o contrato da obra, estimada em R$ 900 milhões. E também que a J. Malucelli não atendia às exigências técnicas publicadas no edital do leilão. Segundo o deputado, a empresa não apresentou a comprovação de qualificação técnica para se habilitar à obra.
O dono da empresa, Joel Malucelli, defendeu-se dizendo que sua empresa tem larga experiência na área e que ganhou a concorrência porque seus preços eram mais baixos. Ele sugeriu que a iniciativa de Romanelli havia sido encorajada por outra empresa. Em declarações a O Estado do Paraná, o empresário disse que todos os seus concorrentes à construção da usina eram empresas de outros estados.