No RS, funcionários vão expor sucateamento do Dnit

Funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Sul decidiram hoje, em assembleia, promover uma série de manifestações públicas para expor o sucateamento e as terceirizações da autarquia. “Uma comissão de mobilização vai definir iniciativas como exposição de faixas e atos públicos nos próximos dias”, disse Luís Ribeiro, representante do Sindicato dos Servidores Federais (Sindiserf-RS) entre os servidores do Dnit no Estado. “Também podemos discutir a possibilidade de uma greve nacional no dia 1.º de agosto”, afirmou, destacando que o problema não é específico do Rio Grande do Sul, mas nacional.

Segundo avaliação dos servidores, a terceirização facilita o apadrinhamento político e deveria ser substituída pelos concursos. Ribeiro lembra que, quando criado, em 2002, o Dnit previa ter um quadro de 4,8 mil servidores concursados no Brasil. O número nunca foi atingido e hoje fica próximo de 2,7 mil.

No Rio Grande do Sul, a autarquia tem 130 servidores para a superintendência e as oito unidades locais. Há regiões com apenas dois funcionários para controlar quatro balanças. “Em casos assim, a terceirização não resolve, porque somente funcionários concursados como agentes de trânsito podem aplicar multas por excesso de peso”, destaca Ribeiro, apontando para uma das causas de deterioração das rodovias.

O Dnit está no meio de uma crise enfrentada pelo Ministério dos Transportes. Desde o início do mês, quando foram reveladas as denúncias de corrupção no ministério, 16 pessoas já foram afastadas de suas funções. Na última terça-feira foram demitidos quatro funcionários da pasta e dois do Dnit. São previstas ainda as demissões do diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, e do diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, o petista Hideraldo Luiz Caron.

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