No MA, aliada de Lobão Filho dá gasolina a eleitores

Perdida numa região de planície baixa e terras alagadas boa parte do ano, a cidade de Conceição do Lago Açu, a 365 quilômetros de São Luís, viu nestas eleições o voto ganhar novo valor. Com poucas estradas pavimentadas, mas uma frota de motocicletas que, em pouco tempo, aposentou jegues e carroças, o município é testemunha da troca das tradicionais “quentinhas” por garrafas PET com gasolina no vale-tudo da disputa política.

A prática da compra de votos é o que não mudou na realidade da Baixada Maranhense. Na tarde da última quarta-feira, 1, o jornal O Estado de S. Paulo presenciou a campanha de Edison Lobão Filho (PMDB) ao governo do Maranhão trocar gasolina pelo apoio de eleitores.

Numa sequência fotográfica, a reportagem registrou, durante três horas, os organizadores da visita do candidato à cidade encherem garrafas de gasolina e distribuírem o combustível para mais de 400 proprietários de motocicletas. Em troca, eles estamparam adesivos do peemedebista e da candidata do partido a deputada estadual Andrea Murad nas motos, acompanharam os políticos numa carreata e fizeram um buzinaço que se estendeu até a noite pelas ruas do centro do município de 14 mil moradores.

‘Do meu bolso’

O combustível foi distribuído num sítio a poucos quilômetros do centro da cidade. Um caminhão contratado pela prefeita Marly Sousa (PSD), do grupo de Ricardo Murad, secretário estadual de Saúde e pai de Andrea, estacionou no lugar com dois tanques de gasolina.

Os motoqueiros fizeram uma fila para ganhar uma garrafa de 2,5 litros de gasolina ou encher o tanque do veículo. Marly disse que organizou o evento com recursos próprios. “Gastei R$ 15 mil, incluindo a cerveja e o refrigerante”, relatou a prefeita ao Estado. Ela protege Lobão Filho. “Tudo do meu bolso. O candidato é do meu grupo, não gastou um centavo com a gasolina.”

A campanha de Edison Lobão Filho respondeu, por meio de sua assessoria, que “não reconhece” os aliados que distribuem combustível e notas que funcionam como vouchers. “A campanha não tem controle sobre ações de pessoas que, eventualmente, participam de carreatas”, afirmou a assessoria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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