Representantes de centrais sindicais estiveram no Congresso nesta terça-feira, 10, para fazer pressão contra as medidas provisórias 664 e 665, que alteraram regras trabalhistas e previdenciárias, além de pedir a derrubada do veto presidencial à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda, por entenderem que suprimem direitos dos trabalhadores.
Os sindicalistas foram recebidos por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, e Renan Calheiros (PMDB- AL), presidente do Senado. Em reunião aberta à imprensa, Cunha disse aos sindicalistas que pouco poderia fazer agora, porque a discussão será feita em comissões mistas (compostas por deputados e senadores) a serem instaladas. “Na medida do possível, (vamos) negociar para tentar conciliar na hora que for para votação aqui na Casa”, afirmou Cunha.
O presidente sugeriu que as centrais sindicais centrem esforços nos partidos que integrarão a comissão e nos membros dela. No encontro, informou ainda que o veto à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda será apreciado em sessão do Congresso no próximo dia 24.
O encontro com Renan Calheiros durou cerca de cinco minutos. De acordo com Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), tempo suficiente para um “diálogo que demonstra seriedade, responsabilidade e compromisso com a causa dos trabalhadores”.
De acordo com Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Renan se sensibilizou com a causa dos trabalhadores. “O Senado vai debater intensamente e vai saber o caminho a ser tomado através dos subsídios que as centrais vão apresentar”, disse. Ele informou que estudos e sugestões dos sindicalistas serão levados aos parlamentares a partir da próxima semana.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, disse que os sindicalistas não aceitam flexibilização nas medidas. “Não tem negociação. Elas têm que ser retiradas para avançarmos em outros pontos”, disse, ao propor outras medidas fiscais, como a tributação sobre grandes fortunas e diminuição no número de ministérios. “Não dá para economizar só pelo lado do trabalhador.”
Apresentadas em dezembro, as medidas provisórias precisam ser aprovadas até abril, quando perdem a validade. Até esta terça, foram apresentadas cerca de 750 emendas aos textos, muitas delas de parlamentares da base do governo.