A Polícia Federal (PF) cumpre desde a manhã de hoje, em Macapá (AP), 15 mandados de condução coercitiva de autoridades, servidores e empresários para depor no inquérito da Operação Mãos Limpas, que desarticulou um esquema de desvio de dinheiro público, supostamente comandado pelo governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), e o ex-governador Waldez Góes (PDT).
Estão também sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em vários locais, entre os quais a Assembleia Legislativa do Amapá, onde supostamente a quadrilha tinha ramificações. Desencadeada em 10 de setembro passado, a operação constatou que a corrupção no governo do Amapá é generalizada. Foram presas até agora 20 pessoas, das quais 16 já foram soltas, mas continuam respondendo processo que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Entre os libertados estão o governador, que é candidato à reeleição, e Góes, que tenta uma vaga no Senado. A PF estima que a quadrilha desviou em pouco mais de um ano cerca de R$ 300 milhões, de um total de R$ 800 milhões enviados pela União ao Amapá de 2009 a 2010.
O processo corre em segredo em justiça e o STJ proibiu a divulgação dos nomes das pessoas levadas hoje para depor de forma coercitiva. O ministro João Otávio Noronha, que preside a investigação, deve divulgar ainda hoje nota sobre as ações, que fazem parte da segunda etapa da operação Mãos Limpas.