Ninguém está preocupado em salvar Dilma, mas o País, diz Jader Barbalho

Integrante do grupo mais próximo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) afirmou nesta quarta-feira, 12, que o partido não está preocupado em “salvar a presidente Dilma”, mas em encontrar caminhos para a atual crise política e econômica.

O peemedebista participou do encontro realizado hoje em Brasília que contou com a presença do ex-presidente Lula, do vice-presidente da República, Michel Temer, de Renan, lideranças e ministros do partido. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompido com o governo, foi convidado, mas não compareceu.

“Não está se fazendo nenhuma cortina de fumaça para tentar salvar Dilma. Ninguém está preocupado em salvar Dilma, mas o País. Os governos, as pessoas, passam, mas o País não. A situação nos Estados e municípios é grave e não podemos ficar aqui apenas assistindo”, ressaltou Jader. O peemedebista admitiu, entretanto, que as iniciativas como a criação do pacote anticrise, apresentado nesta semana por Renan, tem ajudado “arrefecer” o clima de instabilidade política dentro do Congresso. As medidas também tiveram apoio do ex-presidente Lula.

“Ele se mostrou preocupado com a situação, mas disse que as propostas são uma saída para a crise”, afirmou Jader. Segundo Renan, nas conversas, o ex-presidente também considerou que deve haver “sensibilidade” por parte do governo para “qualificar” o debate.

“Ele Lula acha que se o governo tiver sensibilidade isso pode qualificar o debate. Falou da necessidade de se ter um rumo de discussão”, afirmou Renan Calheiros.

Na tarde de hoje, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deve se reunir com os senadores para apontar quais pontos o governo está de acordo em relação ao pacote de Renan. Dos 29 itens propostos, pelo menos 19 já estão em discussão no Congresso, segundo a liderança do governo no Senado. Nem todas são palatáveis ao governo.

As propostas que incluem a cobrança no Sistema Único de Saúde (SUS) por faixa de renda e a revisão dos marcos jurídicos que regulam as áreas indígenas são vistas como as mais polêmicas. Já a criação de um imposto sobre herança e a limitação de que sejam concedidas liminares para que os governos paguem por tratamentos de saúde considerados experimentais agradam ao governo.

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