O deputado federal Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG) não será Ministro da Defesa. A informação é da assessoria do vice-presidente Michel Temer. A bancada de Minas Gerais, que esteve reunida com Temer mais cedo e depois voltou ao Palácio do Jaburu, será contemplada com um ministério, mas não com o da Defesa.
De acordo com informações de interlocutores do vice-presidente, “houve algum mal entendido” nas conversas mantidas mais cedo com Temer. Na ocasião, os peemedebistas mineiros tentaram discutir a recriação do Ministério da Aviação Civil, que perderá o status no possível novo governo.
Temer disse que a pasta não terá status de Ministério e, nesse momento, surgiu uma discussão sobre Ministério da Defesa. O vice-presidente teria dito que iria tentar atender Minas Gerais e eles entenderam que estava decidido e que Cardoso iria para a Defesa. No momento, ainda não há definição com que Ministério o PMDB mineiro será contemplado.
Além de Defesa, ainda estão indefinidos, pelo menos mais quatro ministérios: da Indústria e Comércio, do Turismo, do Trabalho e dos Esportes.
Quando Newton Cardoso Júnior confirmou que iria para a Defesa, os militares se disseram “chocados” e “perplexos”. Cardoso, além de ser muito novo, deputado de primeiro mandato, sem qualquer experiência administrativa, responde a processo no Supremo Tribunal Federal por emissão de nota fiscal falsa e também teve seu nome citado no Panama Papers.
Constrangimento maior surgiu também porque este seria o segundo problema que os militares enfrentariam na escolha do titular da Pasta. Já não tinham gostado de o vice-presidente ter escolhido, em um primeiro momento, o advogado e seu amigo Antonio Cláudio Mariz, que recusou o convite.
Na ocasião, os militares lembravam que, se Mariz não servia para a Justiça, como ele próprio desejava, por que teria de ir para a Defesa? Mas, neste momento, entendem que teriam ficado melhor servidos se tivessem ficado com Mariz. Depois, com a notícia de que não será Cardoso, respiraram aliviados.
Os nomes mais cotados para a Pasta, neste momento, seriam o do deputado Raul Jungmann (PPS-PE) e o da senadora Ana Amélia (PP-RS). Ela, no entanto, já havia informado que quer se manter no Senado. Mas o vice-presidente ainda irá rediscutir esta pasta.
Uma das grandes preocupações dos militares é com o aparelhamento do Ministério da Defesa, que não existia antes. Alegam que isso começou a acontecer com a chegada do petista Jaques Wagner à pasta, no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, e prosseguiu com a indicação do ministro Aldo Rebelo, do PC do B.