O jornal “The New York Times” traz reportagem na edição desta sexta-feira, 19, na qual aponta o escândalo que envolve o presidente Michel Temer, cujo título é “Líder do Brasil, acusado de subornar, rejeita pedidos de renúncia.”
A reportagem explica o caso no qual o empresário Joesley Batista, sócio da J&F, holding que controla a JBS entre outras empresas, gravou uma conversa com o presidente em março, na qual aponta que Temer teria sugerido que um esquema de propina para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) precisaria ser mantido.
“A crise girando ao redor o Sr. Temer, 76, indica um ponto crucial em um sistema político que já é marcado por uma turbulência notável”, destaca o correspondente Simon Romero. Ele aponta que o presidente ascendeu ao cargo no ano passado depois de uma “luta de poder” na qual sua antecessora, a ex-presidente Dilma Rousseff, sofreu impeachment.
O artigo relata manifestação no Facebook de Marina Silva, ex-candidata a presidente da República, na qual a ex-senadora disse que o País está em estado de choque e que o presidente Temer não tem mais condições de governar o Brasil.
A reportagem do jornal americano destaca pronunciamento do presidente feito na tarde de quinta-feira, 18,, no qual disse “eu não vou renunciar” e “não comprei o silêncio de ninguém.” Mas a frase dita por Michel Temer é mais ampla. “Em nenhum momento, autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém. Por uma razão singelíssima, exata e precisamente por que não temo nenhuma delação”, disse.
Ao final do artigo, é citado um comentário do professor de ciência política da USP José Álvaro Moyses, afirmando que “no Brasil estamos vivendo o colapso do sistema político” e dos partidos que fazem parte deste sistema, um processo de mudança que não pode ser resolvido da noite para o dia.