Brasília – O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) disse nesta terça-feira (15) que, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu partido "nunca votou qualquer matéria visando ao retorno financeiro".
O deputado prestou depoimento, por cerca de duas horas, na Justiça Federal em Brasília. Ele responde por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que investiga o caso que ficou conhecido como mensalão.
À época, Valdemar presidia o Partido Liberal (PL), hoje chamado Partido da República (PR). Depois do depoimento, o deputado saiu sem falar com a imprensa.
No depoimento, Valdemar disse que o PL recebeu R$ 7,4 milhões do Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo ele, ambos os partidos estudavam fazer campanhas publicitárias conjuntas na eleição de 2002.
Ele também afirmou que nunca recebeu dinheiro diretamente da SMP&B, agência publicitária do empresário mineiro Marcos Valério.
De acordo com Valdemar, o dinheiro era recebido pelo então tesoureiro geral do PL, Jacinto Lamas, que lhe repassava integralmente o valor.
Neste momento, a Justiça Federal ouve o deputado Paulo Rocha (PT-PA).
Desde novembro, 40 acusados respondem como réus após ser denunciados pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza. Ele os acusa de participar de esquema de compra de votos em troca de apoio político.
Entre os réus estão os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicação Institucional), Marcos Valério de Souza e o publicitário Duda Mendonça, além de deputados e ex-deputados.
A existência do mensalão foi denunciada pelo ex-deputado Roberto Jefferson em 2005. A denúncia contra os 40 acusados foi apresentada ao STF pelo procurador-geral em 2006, acatada pelo tribunal em agosto deste ano e convertida em ação penal em 12 de novembro.
