Na volta, um dos primeiros encontros do governador Roberto Requião (PMDB) será um almoço, neste domingo, com o deputado estadual Nereu Moura (PMDB). Moura é um dos seis pré-candidatos do partido a presidente da Assembléia Legislativa e ao que tudo indica, o mais persistente. Apesar de ter acenado com a possibilidade de apoiar o líder do governo, Dobrandino da Silva, para o cargo, Moura não desistiu de concorrer à indicação e preocupa setores do governo, que vêem na posição um acirramento da disputa com o deputado Nelson Justus (PFL), que trabalha para derrotar um nome do PMDB e ser o candidato único, com apoio da base aliada e da oposição.
Moura disse que pretende relatar com detalhes ao governador todo o processo de articulação para a eleição. ?Quando eu disse que poderia apoiar o Dobrandino, eu quis mostrar que não sou empecilho à unidade da bancada. Mas não desisti. Estou mais candidato do que nunca?, reafirmou.
O deputado peemedebista afirmou que trabalha para que o candidato do partido seja escolhido em consenso. Mas que, se não houver outra alternativa, irá propor que o nome seja decidido pelo voto dos integrantes da bancada. ?E se eu conseguir unir a maioria, vou concorrer. Eu vou até o fim deste processo?, comentou Moura, suavizando um pouco a posição que, no início da semana, era de apresentar sua candidatura em plenário em qualquer circunstância, se houvesse algum indício de apoio do Palácio Iguaçu a Justus.
O discurso oficial é que o governador não pretende ter qualquer participação no processo. Ele já disse a Moura que pretende ficar distante da eleição. Mas esta posição é vista com desconfiança por alas do partido, que esperavam do governador uma declaração pública de apoio a um peemedebista, temendo que sua isenção seja interpretada como um benefício ao deputado do PFL.
Na bancada, os três mais competitivos são Moura, Caíto Quintana e Antônio Anibelli. Dobrandino é visto como uma possível solução e os outros dois, Mauro Moraes e Mohamed Al Hanze, mais conhecido como Mamed, são vistos como candidatos ?para constar?, que não teriam chances de obter a indicação. Moraes é novato no PMDB e Mamed assumirá um primeiro mandato. Já entre Moura, Anibelli e Quintana, um acordo é considerado difícil.