O deputado estadual Nereu Moura vai propor hoje, na reunião da executiva estadual do PMDB, o apoio do partido à candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB) à presidência da República.
O apoio a Ciro é a alternativa de Moura para o PMDB que hesita entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra. A posição de Moura é uma clara reação à tendência de opção do PT pela candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Estado.
A decepção com os resultados da rápida conversa do candidato do PMDB com o presidente Lula, na quinta-feira passada, em Curitiba, reforçou a inclinação de setores do partido de se afastar do PT. Lula teria desconversado quando Pessuti pediu que o PT trocasse a candidatura de Osmar pela dele no Paraná.
Segundo Moura, ao se aproximar de Osmar, o PT rompeu uma aliança antiga e tradicional com o PMDB e abriu a possibilidade para os peemedebistas seguirem outro caminho. “A Dilma era nossa candidata. Não é mais. Tem que ter reciprocidade. Como o PT escolheu outro caminho, nós vamos seguir o nosso”, justificou.
Para justificar o apoio do PMDB à candidatura de Dilma, o PMDB teria que ter o PT no palanque do seu candidato ao governo em 2010, o vice-governador Orlando Pessuti, disse Moura.
“Por que o PMDB vai apoiar a Dilma? A troco do quê? Não vamos apoiar a Dilma de faceiros. Quem tem dezoito deputados quer reciprocidade”, disse. Ele afirmou que a candidatura de Pessuti é irreversível e que o partido, mais cedo ou mais tarde, vai exigir a fidelidade dos deputados ao palanque do vice. “Quem não apóia o Pessuti é oportunista. O PMDB não vai fazer aliança para abrir mão da cabeça de chapa”, disparou.
Moura nega que a ascensão de Ciro nas pesquisas de intenções de votos tenha inspirado sua proposta. “Eu já vinha discutindo essa possibilidade. Ele tem conteúdo, consistência. Está fora da mídia e está aí em segundo lugar. Se começarem a pipocar apoios em todo o país, a candidatura dele se consolida”, afirmou.