Nereu Moura pede paciência aos professores. |
O primeiro-secretário da Assembléia Legislativa, deputado Nereu Moura (PMDB), pediu paciência aos professores estaduais para que o governador Roberto Requião (PMDB) cumpra a promessa feita durante a campanha eleitoral de repor as perdas salariais da categoria. O peemedebista disse que Requião tem a maior boa vontade para corrigir as distorções herdadas do seu antecessor, o ex-governador Jaime Lerner (PFL), mas não tem dinheiro em caixa. “Todos sabem a situação que este governo herdou. Mas podem ter certeza de que não vai precisar de greve para que os professores tenham o seu aumento”, afirmou o deputado, durante o discurso do presidente da APP-Sindicato, José Lemos, no plenário da Assembléia Legislativa. Lemos denunciou que Lerner deixou de aplicar 25% do orçamento do Estado em educação, como prevê a Constituição Federal.
Mobilizados pela APP, os professores fizeram manifestações ontem em defesa da reposição salarial – estimadas em 86% no período de 1995 a 2002 – e do pagamento do abono para os aposentados. Pela manhã, dirigentes do sindicato, o líder do governo na Assembléia, deputado Angelo Vanhoni (PT), e o deputado estadual Tadeu Veneri (PT) estiveram conversando com o chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, pedindo o pagamento do abono. No início do ano passado, Lerner concedeu uma gratificação de R$ 50 e R$ 100 para todo o funcionalismo, à exceção dos professores aposentados.
Quintana disse à APP e aos deputados que, neste momento, o governo não tem como pagar o abono. Segundo cálculos do sindicato, os beneficiados com o abono seriam 28 mil professores. O governo teria que desembolsar R$ 1,7 milhão por mês para pagar o benefício, correspondente aos treze últimos meses, incluindo o 13.º salário. Nereu Moura disse que o abono deve ser pago por Requião. “O governador tem que dar este abono por decreto”, afirmou.
Ruídos
Durante seu discurso na tribuna da Assembléia, o presidente da APP reclamou que o sindicato não tem recebido uma resposta concreta do governo sobre a reposição salarial. Moura entendeu que José Lemos estava se queixando de falta de diálogo e criticou a direção da entidade. “Eu fico surpreso pela reclamação da falta de acesso. O que não falta a este governo é capacidade de diálogo. Dirigentes da APP têm até participado de decisões na Secretaria de Educação. Alguns têm até sala lá”, atacou o deputado.