O tenente-coronel Nemésio Xavier de França, 48 anos, deverá ser o novo comandante da Polícia Militar. Ele aceitou o convite feito pelo governador eleito Roberto Requião (PMDB), no sábado, e promete um efetivo combate à criminalidade. Por ainda não ter a patente de coronel, Xavier acredita que a escolha de Requião poderá gerar alguma polêmica entre oficiais com posto superior ao seu. “Estou conversando com os demais oficiais e explicando a situação”, disse ele, demonstrando grande satisfação diante da possibilidade de assumir o comando da instituição à qual serve há 30 anos.
Considerado um policial operacional, ou seja, aquele que sai dos gabinetes para trabalhar nas ruas da cidade, o tenente-coronel Xavier tem o respeito da tropa. “Sou conhecido entre os policiais porque sempre enfrentei o crime nas ruas e conheço as necessidades dos policiais para o exercício da função”, diz ele.
Sendo o sétimo oficial na linha de promoção por merecimento e antigüidade, Xavier poderá ser alçado ao posto de coronel, para assumir o comando da PM, ou usar uma prerrogativa da lei e se tornar comandante comissionado. Durante sua carreira, iniciada aos 18 anos de idade, Xavier já passou pelo 13.º Batalhão, foi subcomandante da Companhia de Choque, comandante do Batalhão de Polícia de Guarda dos Presídios, diretor da Penitenciária Central do Estado, presidente do Clube dos Oficiais e atualmente é comandante do 12.º Batalhão.
Transição
Outra informação, repassada pela equipe de transição do governo, tratava de um pedido às Forças Armadas para uma possível indicação do nome de um coronel para comandar a PM. A decisão teria sido tomada porque o governador eleito ficou contrariado com a participação de setores da Polícia Militar em campanhas eleitorais, num processo chamado por ele de “partidarização” da PM.
Ainda segundo a equipe de transição, a divisão da PM em facções enfraqueceu o alto oficialato, que teria ficado sem condições de comandar a corporação.