Esta é a primeira campanha eleitoral para o governo em que está vigorando a resolução da fidelidade partidária. Mas as direções dos partidos não parecem muito dispostas a se valer das regras baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para coibir deserções em suas fileiras. A lei da fidelidade ainda não foi invocada nem no PMDB nem no PSDB que estão tendo problemas para controlar as oscilações de posições entre seus prefeitos. O presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi, disse que pretende abrir uma discussão no partido sobre as medidas que podem ser adotadas contra os filiados infiéis.

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“O partido vai agir de alguma forma. Mas eu já disse que essa será uma campanha em que vai haver uma overdose de traições. E de todos os lados”, comentou o dirigente peemedebista. Já o presidente do PSDB, Valdir Rossoni, acha que as situações de infidelidade no partido são isoladas e não justificam nenhuma ação especial. Pelo menos, até agora, ressaltou. Um dos exemplos de mudança de lado entre os tucanos é o do prefeito de Chopinzinho, Vanderlei Crestani, que participou de reunião da coligação adversária em Curitiba e declarou apoio à ex-ministra Dilma Rousseff.

Aliocha Maurício
Rossoni: sem necessidade de punir.

“O que ele deveria fazer é nos respeitar e pedir o afastamento do partido. Porque ele não pode usar o nosso partido para fazer chacota”, afirmou Rossoni. Por enquanto, Rossoni disse que não avaliou a possibilidade de estabelecer punições ao prefeito. “Não temos essa necessidade. Ele que nos respeite e se afaste”, afirmou.

Rivalidades

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Para Pugliesi, as rivalidades locais estão determinando as posições na disputa. É o que ocorre no PMDB em Almirante Tamandaré, onde o prefeito Wilson Goinski declarou apoio ao candidato ao governo, Beto Richa (PSDB). Os principais adversários de Goinski no município seriam do PDT, o partido do candidato ao governo, Osmar Dias.

Fábio Alexandre
Pugliesi: vamos discutir.

Estas divergências locais terão que ser contornadas, afirmou Pugliesi. Ele disse que a costura da aliança entre PMDB, PDT e PT foi demorada e que os conflitos terão que ser administrados a partir de agora. “Nós dedicamos muito tempo para fazer esta coligação e agora, chegamos a outra etapa. Nós vamos trabalhar pela unidade partidária e esperamos que prevaleça a consciência partidária”, afirmou.

Exceção

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Por enquanto, apenas a direção estadual do PPS anunciou que será rígida quanto ao cumprimento da fidelidade partidária. Os diretórios municipais serão destituídos caso seus dirigentes não respeitem a orientação da direção estadual, já avisou Marcos Isfer, presidente em exercício do PPS. “Não vamos admitir apoios a candidatos de outra coligação. É a maneira que temos de fortalecer o PPS. O que vale é o interesse coletivo, não o individual. No PPS exigimos atitudes transparentes dos candidatos e filiados. É um alerta aos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores”, disse Isfer, que teria sido informado de movimentos no interior em direção à campanha de Osmar.