O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim disse hoje que duvida que a proposta defendida por PT, PDT, PSB e PCdoB para a reforma política tenha o apoio integral de seu partido, o PMDB.

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“Vai ser difícil, acho muito difícil”, afirmou Jobim, após debate sobre a reforma do código eleitoral, promovido hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Na última sexta-feira, em encontro promovido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os quatro partidos decidiram que vão defender no Congresso o financiamento público de campanha e a manutenção do sistema proporcional. Os líderes das quatro legendas devem buscar o apoio do PMDB nesta semana.

O encontro da Fiesp reuniu, além de Jobim, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e José Antonio Dias Toffoli, juristas e advogados. Os debatedores chegaram à conclusão de que o sistema eleitoral atual está esgotado, mas levantaram dúvidas sobre a questão do financiamento público de campanha e o voto proporcional. A maioria defendeu o voto em lista e o voto distrital.

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“O sistema atual está esgotado e o financiamento público com deputados uninominais vai empurrá-lo para a ilegalidade”, concluiu Jobim ao defender a criação de um sistema misto, com votação em lista fechada e distrital.

Na palestra, o ex-ministro relatou as mazelas do atual sistema, em que os partidos buscam puxadores de voto e não candidatos com identidade partidária. “O que nos interessa no Brasil é a consistência partidária”, afirmou o peemedebista.

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De acordo com ele, o eleitor também tem responsabilidade nas brechas que favorecem a corrupção no atual sistema. “O eleitor também é um grande demagogo, porque é comum ele pedir vantagens e o candidato não o atender. É uma relação promíscua em alguns casos. Em eleição para vereador, por exemplo, é muito comum”, disse o ex-ministro, exemplificando pedidos de doação de camisas de futebol por eleitores.