Nelson Garcia é candidato a grande blefe do ano?

O deputado estadual Nelson Garcia (PSDB) tem somente mais esta semana pela frente para tentar articular sua candidatura à presidência da Assembleia Legislativa do Paraná. Isso se é que ele vai mesmo concorrer com o seu colega de partido, Valdir Rossoni, conforme consta nos rumores que circulam pela capital. A votação acontece no próximo dia 1º de fevereiro, na primeira sessão do ano na Assembleia, logo depois da posse dos deputados eleitos em 2010.

Duas semanas atrás, a candidatura de Garcia foi precariamente divulgada por sua assessoria de imprensa. De lá para cá, o parlamentar não atendeu a imprensa e tem fugido do assédio. Até agora continua a incógnita de quem mais poderia compor a chapa em torno de Garcia, e sequer se sabe quem seriam seus apoiadores. Pelo menos, em público, nenhum deputado admite essa possibilidade. Nos bastidores, fala-se que a chapa estaria sim, sendo montada, inclusive com convites a deputados já anunciados como integrantes da chapa de Rossoni. Se os convites foram aceitos, é outra história. De novo, oficialmente ninguém diz nada.

O esboço da composição de uma nova chapa para se opor ao grupo de Rossoni teria começado depois que alguns parlamentares teriam ficado insatisfeitos com a distribuição de cargos do governo estadual, principalmente no interior do Estado. Em entrevistas à imprensa nos últimos dias, o governador Beto Richa (PSDB) não se mostra muito preocupado com uma possível disputa de dois deputados do seu partido na Assembleia. Já afirmou diversas vezes que pretende não interferir no processo, que os deputados fazem parte de um poder independente e que ele respeitaria esse trâmite. Beto confirmou que se reuniu nesta semana com Garcia no Palácio das Araucárias, mas a versão oficial é de que teria sido uma “visita de cortesia”, e não para discutir a sucessão na Assembleia.

Uma semana parece não ser tão pouco tempo assim para a articulação de uma nova chapa, se houver força para montá-la, avalia o líder estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi. “Em política, uma semana equivale a um século. Já vi muitas coisas serem definidas na última hora. Se ele (Garcia) chegar a fazer propostas para membros de outros partidos, precisaremos avaliar. Mas antes ele precisa confirmar a candidatura”, diz Pugliesi, que declara não ter sido procurado por Garcia para uma conversa sobre a presidência da Assembleia e que o apoio a Rossoni continua. “Alguns deputados do PMDB teriam conversado com Garcia, mas eu enquanto líder não fui procurado”, reafirma.

Independente da confirmação da candidatura de Garcia, a posição do PT, único partido que se declarou de oposição ao governo, é de se abster do processo. “O PSDB pode estar tendo uma divergência interna, que não é uma divergência sobre o processo de eleição da mesa, sem respeitar a proporcionalidade ou a transparência que defendemos na Casa. Para nós, mais importante que a pessoa, é o projeto”, defende o presidente estadual do PT, Ênio Verri. Mesmo sem concordar com as candidaturas, o PT não chegou a cogitar uma chapa própria. “Temos um grupo muito pequeno de deputados que vão ter papel de oposição ao governo de Beto Richa. Com sete deputados, não havia condições. Não se pode sair numa eleição por sair”, diz Verri.

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