O Secretário do Trabalho e Emprego, Nelson Garcia, já está com um pé fora do governo. Ele requereu férias e, em agosto, prometeu à direção estadual do PSDB que estará de volta à Assembleia Legislativa para reforçar o grupo de oposição ao governador Roberto Requião (PMDB). Na secretaria, a informação é que o diretor-geral, Fernando Pepes, está respondendo pelo cargo.

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O desembarque de Garcia do governo simboliza a determinação do PSDB de se distanciar do PMDB, pelo menos no plano estadual e administrativo, já que nacionalmente e eleitoralmente os dois partidos ainda poderão estar juntos na disputa de 2010. Entretanto, as férias foram uma forma de Garcia ganhar tempo para ver como evolui o conflito entre peemedebistas e tucanos.

Garcia disse que obedeceria ao chamado do comando do partido no Estado, que abriu guerra contra o governo do PMDB, acusado de fomentar denúncias de irregularidades contra o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), na campanha eleitoral em que foi reeleito, em 2008.

Aos tucanos, o secretário disse que não voltaria, imediatamente, à Assembleia Legislativa, porque seu retorno coincidiria com o recesso parlamentar. Ele preferia voltar em agosto.

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Da quota

Garcia está no governo desde fevereiro de 2007, em substituição ao ex-secretário Emerson Nerone, que se desentendeu com o governo após a saída do primeiro titular da pasta, o petista Padre Roque Zimermmann. Requião aproveitou a saída de Nerone para incorporar ao governo a parte tucana que havia apoiado sua candidatura à reeleição em 2006.

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Garcia fazia parte do grupo ligado ao atual presidente do Tribunal de Contas, Hermas Brandão, que teve seu nome vetado para compor a chapa de Requião, em 2006, como candidato a vice-governador. O acordo, aprovado em convenção, foi vetado pelo diretório nacional.

Entretanto, o governador teve o apoio do grupo de Brandão, e Garcia estava entre eles. O secretário chegou a ser ameaçado de expulsão do PSDB na primeira tentativa de enquadramento da direção do PSDB sobre seus deputados, no início do segundo governo de Requião.

Há quinze dias, Requião fez um apelo para que os cinco deputados tucanos permanecessem na base do governo. Mas, pelo menos até agora, o grupo decidiu seguir a ordem da direção estadual. O único a atender ao governador foi o presidente do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), Joel Malucelli Neto.