Em resposta às acusações do executivo Augusto Mendonça, do grupo Toyo Setal, que disse à Polícia Federal que parte da propina obtida em contratos superfaturados da Petrobras foi direcionada para contas do PT por meio de doações legais, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou nesta quinta-feira, 4, que o partido não vai aceitar a pecha de “ladrão ou bandido” e não vai mais aceitar levar “desaforo para casa”.
“Temos de reagir com muita força. Nós temos uma dignidade, nós governamos esse País há 12 anos, nós estamos mudando as relações econômicas do País. Nós incluímos mais de 40 milhões de brasileiros (retirados da pobreza), não vamos aceitar a pecha de ladrões, de bandidos, porque nós não somos”, comentou Carvalho a jornalistas, depois de participar da abertura do XII Encontro Nacional da Rede de Educação Cidadã, no distrito de Jardim Ingá, em Luziânia (GO).
Segundo Mendonça, pelo menos R$ 4 milhões foram repassados ao PT, entre 2008 e 2011, em troca de contrato da Toyo Setal para executar a obras na refinaria Presidente Getúlio Vargas. De acordo com o relator, o ex-diretor de serviços Renato Duque indicou para quem deveria ser feito o pagamento da propina.
Registros da Justiça Eleitoral apontam que empresas do grupo Toyo Setal repassaram ao PT quantias que somam R$ 3,4 milhões entre 2008 e 2012, dos quais R$ 2 milhões foram repassados ao PT em 2010, ano da primeira campanha presidencial de Dilma.
“Nós somos aqueles que, pelo contrário, estão combatendo a corrupção. Ou o dinheiro do doutor Aécio Neves (candidato do PSDB à Presidência nas últimas eleições) na sua campanha brotou do céu? Ou o dinheiro do financiamento de outros partidos veio da onde?”, questionou Carvalho. “Chega desse tipo de acusação absolutamente irresponsável, tentando jogar na vala um partido que tem uma dignidade, um governo que tem a honestidade e a coragem que eles (oposição) não tiveram.”
Para Carvalho, não dá mais para levar “desaforo” para casa, quando, na verdade, o partido é constituído de pessoas honestas. “A imensa maioria dos funcionários da Petrobras são honestíssimos, temos orgulho daquela empresa, e não é erro de três ou quatro pessoas que vai pôr a perder uma obra construída com tanto sacrifício durante tantos anos por milhares de pessoas”, afirmou o ministro.