O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), rebateu as críticas de que o Banco Central (BC) tenha reduzido as taxas de juros devido à pressão política do Planalto. “Não houve interferência do governo”, afirmou Jucá. “A maioria (dos diretores) entendeu que era o momento de baixar os juros com autonomia e responsabilidade. Nós apoiamos e gostamos da baixa dos juros. Infelizmente a oposição sempre tem que reclamar de alguma coisa”, criticou.
Mais cedo, o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), afirmou que a decisão de reduzir os juros neste momento “foi política” e causou um “arranhão na independência do Banco Central”. Segundo o tucano, não havia “condições técnicas” que justificassem a redução das taxas neste momento.
Jucá alertou para a não unanimidade da decisão e argumentou que o BC tomou as medidas depois de o governo anunciar uma poupança elevando a meta fiscal e a disposição de reduzir gastos. “O governo agiu com prudência e responsabilidade e demonstrou isso ao BC”, acrescentou Jucá, lembrando que outros indicadores como a recessão internacional e a caminhada do processo inflacionário para o eixo da meta levaram a maioria dos diretores a apostarem na queda dos juros.
Na noite de ontem o BC anunciou o primeiro corte da taxa básica de juros em dois anos, reduzindo a Selic para 12%. A decisão foi tomada por cinco votos a dois. Há pouco mais de 24 horas, a presidente Dilma Rousseff havia dito que começava a ver a “possibilidade” de iniciar um ciclo de redução de juros no País.