Olhar de alegria

Não há razão para Aécio ficar afastado nem ser preso, diz instituto

O Instituto Tetônio Vilela, ligado ao PSDB, emitiu uma carta de formulação e mobilização política se manifestando contra a manutenção do afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e rechaçando a possibilidade de o tucano ser preso. Na tarde desta terça-feira, 20, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisa um pedido de prisão contra Aécio feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e outro de anulação do afastamento do Senado feito pela defesa.

“Não há, na letra fria da lei, razões para Aécio estar afastado do Senado. Menos ainda, e este é ponto que merece maior atenção, justificativa para que ele seja preso”, diz a resolução do instituto, que é presidido pelo ex-senador José Aníbal (PSDB-SP).

O instituto argumenta que, para um parlamentar ser preso, a Constituição exige que haja caso de flagrante por crime inafiançável. “Não é o caso do senador por Minas. As acusações que pesam contra ele são de corrupção passiva e tentativa de obstrução de Justiça. Nenhuma delas comprovada em fatos.”

A resolução do Instituto segue a linha da defesa do senador, afirmando que a conversa com Joesley teve um caráter particular e que não houve pedido de contribuição fruto de dinheiro público.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de Aécio e afirmou que houve flagrante do senador ao exigir propina de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, da JBS. Além disso, Janot disse no recurso apresentado ao STF que a prisão de Aécio é “imprescindível para a garantia da ordem pública”.

A nota do Instituto ataca Joesley Batista e critica a Procuradoria por “premiar” o empresário. “A base da acusação é uma gravação forjada por um criminoso que confessou nada menos que 240 condutas criminosas, que seriam capazes de lhe render mais de 2 mil anos de cadeia, mas foi premiado com liberdade e anistia total pela mesma PGR que ora acusa Aécio.”

A carta afirma que a decisão da Primeira Turma do Supremo pode abrir um precedente para abusos e consequências negativas na democracia do País. “A partir do que deliberarem os cinco ministros que a compõem, saberemos se continua valendo o que estabelece a nossa Constituição ou se estará aberta a porta para o cometimento de abusos contra direitos resguardados na lei magna.”

Em outro ponto, a resolução do Instituto ligado aos tucanos questiona os limites dos pedidos analisados pelo STF. “É de se questionar: até onde estamos dispostos a ir em nome de uma vaga moralizadora que não admite limites nem na lei magna do País?”

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo