Na apresentação de relatório favorável à cassação de Delcídio Amaral (sem partido-MS), Telmário Mota (PDT-RR) rebateu argumentos das alegações finais da defesa e reiterou, novamente, pedido de perda de mandato do ex-líder do governo.
“Não há qualquer outra conclusão que não a cassação de Delcídio”, afirmou o relator ao enumerar fatos citados no relatório que se enquadrariam como quebra de decoro.
“O representado confirmou ter se reunido com Bernardo Cerveró para oferecer ajuda financeira e auxiliar na soltura de Nestor Cerveró. O representado alegou influência sobre ministros do Supremo. Não há dúvidas de que Delcídio abusou de suas prerrogativas como senador”, disse Telmário rebatendo argumento da defesa de que caberia punição mais branda a Delcídio.
Em sua fala, Telmário também criticou as atitudes da defesa e chamou a atuação dos advogados de “protelatória”. “Foi concedido a Delcídio o pleno direito de defesa, mas nossos trabalhos foram dificultados pela defesa e pelas reiteradas ausências do senador, que não comparecia ao Conselho de Ética”, argumentou. Delcídio faltou cinco vezes para prestar depoimento.
Em seguida a Telmário, também estava prevista a fala de Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator do processo na CCJ. O senador foi breve e argumentou que não cabia a ele a discussão do mérito, mas apenas da legalidade do processo e encaminhou parecer favorável.
Isolamento
Em clara demonstração do isolamento do senador Delcídio, nenhum senador se dispôs a discutir o processo. É costume em qualquer votação que, após o encaminhamento do relator, os senadores peçam a palavra para opinar sobre os processos. Como ninguém quis falar, nem para defender nem para acusar o senador, a sessão seguiu para as alegações finais com a fala do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), representante da Rede, partido que entrou com pedido de cassação de Delcídio.