O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), avaliou hoje que não há mais ambiente político no Senado para que a oposição recue da decisão de apresentar representação contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A avaliação do senador é a de que apenas o Conselho de Ética poderia solucionar o problema definitivamente. Pesam contra Sarney denúncias que o responsabilizam pela edição de atos secretos e ainda por suposta participação em um esquema de desvio de dinheiro de patrocínio cultural da Petrobras recebido pela Fundação que leva seu nome.

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Em telefonema ontem a Sérgio Guerra, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), quis saber se os tucanos pretendiam mesmo entrar com uma representação contra Sarney e pediu para o partido não radicalizar a situação. Guerra prometeu que a oposição manterá o canal de diálogo aberto com o PMDB durante os possíveis desdobramentos da crise no Conselho de Ética, e que os conselheiros indicados pelo PSDB não farão prejulgamento durante uma eventual investigação. “Renan me disse que era um conciliador. Eu também sou um conciliador, mas acho que a conciliação deve ser feita no Conselho de Ética”, justificou Guerra.

Para Sérgio Guerra o governo não poderia ter desrespeitado o Senado interferindo na crise, ao tentar pressionar os partidos aliados a apoiar Sarney. Na avaliação do senador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mantido o apoio a Sarney porque estaria preocupado em perder o apoio do PMDB à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, nas eleições presidenciais de 2010. “Instrumentar as instituições públicas tem sido uma marca deste governo, mas fazer isto com o Senado já é demais.”

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