O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), disse não ver elementos para investigar o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e creditou as atuais tensões à disputa política originada nas eleições para a presidência do Senado. “Não há nenhum elemento (para investigação). Ele (Sarney) está determinando o que fazer, pois é o presidente, eleito pela maioria dos senadores”, afirmou. Questionado sobre quem seria o responsável pela crise, afirmou: “A crise é política, é geral.”

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Segundo Tuma, a disputa pela presidência dividiu o Senado, incluindo funcionários. “Alguns deles tinham a responsabilidade moral de fiscalizar e agora estão denunciando atos realizados fora do regulamento da Casa para desmoralizar um ou outro”, afirmou, após almoço-debate do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo. Sarney é citado entre senadores que teriam sido beneficiados por atos secretos que determinaram criações de cargos, nomeações e aumentos salariais, conforme denunciou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo no dia 10 deste mês.

Segundo Tuma, a Corregedoria será acionada apenas se houver acusação direta contra atos irregulares praticados por algum senador, o que ainda não ocorreu. “Ainda não vi nada que possa provocar a abertura de uma apuração na Corregedoria”, afirmou. O senador paulista defendeu que as acusações que surgiram até agora “não estão levando a nada”. “Ninguém objetivamente se une para buscar a materialidade dos atos; se houve crime ou não, se houve dolo ou não. Os senadores têm que apoiar a comissão especial que foi formada para buscar as informações corretas”, defendeu. Tuma disse estar acompanhando de perto as investigações e colaborando com a Justiça nas apurações.

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