O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não daria aos meios de comunicação o mesmo tratamento dado por seu colega venezuelano Hugo Chávez, que se tornou alvo de críticas dentro e fora de seu país ao ordenar a revogação das licenças de dezenas de emissoras de rádio. “Eu não faria o que o Chávez fez com os meios de comunicação”, disse Lula, em entrevista à agência francesa France Presse (AFP).

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No início do mês passado, o Conatel, órgão que regulamenta o setor de telecomunicações na Venezuela, ordenou que fossem tiradas do ar 34 emissoras de rádio.

O argumento apresentado na época pelo governo de Chávez foi o de que as empresas operavam com concessões irregulares. Com isso, foram colocadas sob risco de terem suas licenças cassadas cerca de 250 outras emissoras pelo país.

Na entrevista, Lula fez questão de deixar claro que não endossa a decisão do governo Chávez. Ainda assim, o presidente brasileiro preferiu manter o tom cordial em relação ao colega e até o defendeu da ação dos meios de comunicação.

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“Creio que os meios de comunicação não deveriam ter feito com Chávez o que fizeram por muito tempo. Os meios de comunicação foram duros com Chávez”, acrescentou o presidente brasileiro.

Lula, que já declarou anteriormente que a leitura dos jornais lhe causa azia, mencionou sua própria batalha com a mídia no Brasil. “Eu aprendi a conviver com isso porque nasci na política brigando com as informações da imprensa. Mas Chávez não veio desse mundo político, veio das Forças Armadas. A cabeça dele não é como a minha”, completou Lula, numa referência ao fato de Chávez ter ingressado na política quando era tenente-coronel do Exército venezuelano.

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