O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que tem evitado comentar os temas nacionais porque fez um acordo com a presidente Dilma Rousseff de não intervenção no novo governo e que a decisão tem como objetivo dar uma lição a seus antecessores. “Queria ensinar a alguns ex-presidentes como é importante ser um ex-presidente sem dar palpites”, disse, numa clara referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com quem tem trocado farpas nas últimas semanas.

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Lula, que participou no final da noite de ontem do Congresso Nacional de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) , afirmou que ainda não conseguiu “desencarnar” da Presidência da República. “Eu ainda não desencarnei totalmente do meu mandato de presidente, não é uma tarefa fácil”, admitiu. Durante seus 55 minutos de discurso, o ex-presidente disse que está com “uma comichão”, uma vontade forte de voltar a viajar e fazer caravanas pelo País. “Eu estou com vontade de tudo, mas tenho que me controlar. Só com autocontrole vou conseguir desencarnar”, brincou.

Ao descrever seu governo como o que “mais” interagiu com os movimentos sociais, Lula disse que em nenhum outro País um presidente esteve tão disponível para ouvir a sociedade. “Duvido que na história da humanidade – eu costuma dizer nunca antes na história do Brasil – tenha havido um governo que tenha exercitado a democracia com tanta plenitude como exercemos. Nenhum segmento da sociedade deixou de ser ouvido”, gabou-se. Lula admitiu também que o termo “nunca antes” era usado para afrontar a oposição. “Era para provocá-los, para dizer que ‘nunca antes’ eles não fizeram nada.”

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