O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato, mandou um recado à empreiteira Odebrecht, que teve seu presidente, Marcelo Bahia Odebrecht e sua cúpula formalmente denunciados nesta sexta-feira, 24. O procurador afirmou que a verdade vai aparecer no processo.

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“Não adianta martelar uma mentira mil vezes, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Receita Federal vão mostrar que é mentira. A verdade foi trazida hoje (durante o oferecimento da denúncia) através de uma série documentos. Se é uma estratégia continuar mentindo ela vai ser rebatida em todas as fases do processo até o julgamento final. Não adianta martelar mentira mil vezes. A verdade vai aparecer no processo, conforme as regras legais”, disse ele.

A Odebrecht, maior empreiteira do País, tem reiterado taxativamente, durante meses, por meio de notas e comunicados à imprensa, que nunca participou do esquema de corrupção e propina na Petrobras. A companhia também nega depósitos para ex-funcionários da Petrobras.

Em 22 de junho, três dias após a prisão de sua cúpula, a Odebrecht publicou um comunicado nos principais jornais do País. Na ocasião, o grupo considerou uma afronta aos princípios básicos do Estado de Direito o decreto de prisão de Marcelo Odebrecht – alvo da Erga Omnes, 14.ª etapa da Lava Jato.

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“Em relação às empreiteiras, desde o início, o Ministério Público Federal teve a intenção de se aproximar delas, permitindo que elas realizassem investigações internas e levantassem os dados de ocorrência de ilícitos internamente e nos trouxessem esses fatos, como hoje se exige de qualquer empresa moderna, em qualquer lugar do mundo. Entretanto, isso não aconteceu. Aconteceu parcialmente em relação à Camargo Corrêa. Em relação às demais, não”, disse o procurador.

Carlos Fernando dos Santos Lima explicou.:”Especialmente, em relação à Odebrecht, nós verificamos uma atitude de negação, que vem desde o começo das investigações. Hoje, nós sabemos porque se nega e porque não foi feito nenhum trabalho interno de investigação. Porque a investigação atingiria os altos escalões da Odebrecht. Não era algo feito a níveis inferiores da instituição, mas sim no alto escalão, tanto que nós estamos fazendo uma denúncia, hoje, contra os dirigentes.”

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Offshores

Documentos enviados pela Suíça indicam oito novas contas supostamente usadas pelo grupo em nome de empresas offshores Smith & Nash Engeinnering Company, Arcadex Corporation, Havinsur S/A, Golac Project, Rodira Holdings, Sherkson Internacional. Duas delas já eram conhecidas, a Constructora Del Dur e a Klienfeld.

As contas eram usadas supostamente pela empreiteira para os pagamentos e por beneficiários para recebimento. Os pagamentos foram de duas formas, segundo o MPF.

“Diretamente, pela utilização de contas em nome das off-shores Smith & Nash Engeinnering Company, Arcadex Corporation, Havinsur S/A, das quais é a beneficiária econômica final e, portanto, controladora, com transferências diretas dessas contas para contas controladas por dirigentes da Petrobras.”

A investigação suíça apontou pagamentos de US$ 10.924.390,04 do Grupo Odebrecht, investigado na Operação Lava Jato, aos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Renato Duque (Serviços), Pedro Barusco (Gerência de Engenharia), Jorge Zelada (Internacional) e Nestor Cerveró (Internacional).