Na tentativa de responder aos ataques do PT de que irá acabar com os programas do governo do presidente Lula, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, garantiu no programa eleitoral desta noite (19) que manterá o Bolsa Família e o ProUni. Serra não citou o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida, mas garantiu que dará continuidade ao programa de construção de casas populares e disse que vai acelerar o ritmo de obras em todo o País.
“Continuidade. Continuar as coisas boas e fazer mais. É isso que marca a biografia de Serra”, disse o locutor. “Eu aprendi na vida que continuidade é responsabilidade, não tem nada pior do que governo que entra e interrompe tudo que vinha sendo feito de bom por birra, por vaidade. E você acabou de ver, na minha vida toda eu dei continuidade nas coisas e batalhei para tirar do papel e para melhorar. Se é do interesse do povo, então não importa de quem é a ideia. É assim que eu penso e assim que eu faço”, afirmou Serra.
O programa tucano defendeu as privatizações promovidas pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “No passado era assim, gente rica tinha telefone, gente pobre tinha lugar na fila do orelhão. O Serra defendeu a modernização da economia. O PT da Dilma foi contra, mas a ideia do Serra venceu e hoje graças à modernização da telefonia todo mundo, rico ou pobre, tem o seu celular e acesso à internet”, disse um ator.
O tucano também criticou os escândalos do governo federal, principalmente na Casa Civil, pasta que foi ocupada por Dilma. “Tem algumas coisas que não podem continuar no Brasil. Tenho certeza que você vai concordar comigo. Os escândalos na Casa Civil não podem continuar. Veja só o que está acontecendo nos Correios, com a Eletrobrás. Os desvios de dinheiro público não podem continuar. As invasões de terra não podem continuar”, afirmou. “Nosso País precisa de um governo de união, que fortaleça suas empresas públicas e devolva esse patrimônio para todo o povo brasileiro.”
Já o programa de Dilma Rousseff (PT) manteve a linha de garantia da continuidade do governo Lula e de identificação da candidata e do presidente com o povo. “Quatro anos atrás, milhões de Lulas e Dilmas decidiram que o Brasil deveria continuar mudando”, afirmou o locutor. “É o povo no poder de novo para continuar transformando o Brasil.” Dilma garantiu que irá cumprir todos os compromissos assumidos na campanha. “A maior garantia de que vou cumprir todos os meus compromissos é minha própria história de vida. Estive lado a lado presidente Lula nos últimos oito anos”, afirmou a candidata.
As críticas do programa foram centradas no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “No governo de Serra e FHC, o Brasil foi para trás. Seis milhões de pessoas ficaram mais pobres”, disse o locutor. O programa também exibiu a vantagem de 14 pontos de Dilma sobre Serra na última pesquisa Vox Populi, divulgada hoje (19). A petista teve 57% dos votos válidos na pesquisa, contra 43% de Serra.
Os candidatos também apresentaram figuras públicas que apoiam cada uma das candidaturas. Serra exibiu depoimentos do ator Juca de Oliveira, da filha do ex-presidente Juscelino Kubitschek, Maria Estela Kubitschek, do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), do jurista Hélio Bicudo, do apóstolo Valdemiro Santiago, pastor evangélico da Igreja Mundial do Poder de Deus, dos governadores eleitos Beto Richa (Paraná), Geraldo Alckmin (São Paulo) e Antonio Anastasia (Minas) e do senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG). Dilma, por sua vez, recebeu o apoio público do cantor Chico Buarque e do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, além de um depoimento de Lula e do candidato a vice, Michel Temer.